Tema Principal – A Família e a Fraternidade Universal
I – A Família
I.1 – Os Laços de Famíla
Do “Livro dos Espíritos”, Cap. VII, Pt III: Há no homem alguma coisa mais, além das necessidades físicas, que é a necessidade de progredir. Os Laços Sociais são necessários ao progresso e os de Família estreitam os primeiros. Eis por que os Laços de Família constituem uma Lei da Natureza. Quis Deus que, por essa forma, os homens aprendessem a amar-se uns aos outros como irmãos.
O resultado do relaxamento dos laços de família seria como que uma recrudescência do egoísmo e do individualismo.
Do “Evangelho Segundo o Espiritismo”, Cap. XXII: Por que mandou Moisés dar carta de divórcio e repudiar a esposa?
Jesus respondeu-lhes que Moisés autorizou o divórcio por causa da dureza dos seus corações, permitindo-lhes repudiar suas mulheres. Porém no início da Humanidade isto não era permitido (Mt 19:7 e 8), isto é, quando os homens ainda não estavam pervertidos pelo egoísmo, individualismo e orgulho, e viviam retamente segundo as Leis de Deus.
As uniões, derivando da simpatia, e não da vaidade ou da ambição, nenhum ensejo davam ao repúdio.
“E junto à cruz estavam a mãe de Jesus, e a irmã dela, e Maria, mulher de Cleópas, e Maria Madalena. Vendo Jesus sua mãe e junto a ela o Discípulo amado, disse: Mulher, eis aí teu Filho. Depois, disse ao Discípulo: Eis aí tua Mãe”- João 19:25-27 Em meio de algumas mulheres compadecidas, que lhe acompanhavam o angustioso transe, Maria reparou que alguém lhe pousara as mãos, de leve, sobre os ombros. Deparou-se-lhe a figura de João que, vencendo a pusilanimidade do medo em que haviam mergulhado os demais companheiros, lhe estendia os braços amorosos e reconhecidos. Silenciosamente, o filho de Zebedeu abraçou-se àquele triturado coração maternal.
Maria deixou-se enlaçar pelo Discípulo querido e ambos, ao pé do madeiro, em gesto súplice, buscaram ansiosamente a luz daqueles olhos misericordiosos, no cúmulo dos tormentos. Foi aí que a fronte do Divino supliciado se moveu vagarosamente, revelando perceber a ansiedade daquelas duas almas em extremo desalento. “Meu filho! Meu amado filho!… “ exclamou Maria, em aflição diante da serenidade daquele olhar de melancolia intraduzível.
O Cristo pareceu meditar no auge de suas dores, mas, como se quisesse demonstrar, no instante derradeiro, a grandeza de sua coragem e a sua perfeita comunhão com Deus, replicou com significativo movimento dos olhos vigilantes: “Mãe, eis aí teu Filho!”………. E dirigindo-se, de modo especial, com um leve aceno, ao Apóstolo, disse: “Filho, eis aí tua Mãe!”
Maria envolveu-se no véu de seu pranto doloroso.
Contudo, naquele instante, João Evangelista compreendeu que o Mestre, na sua derradeira lição, ensinava que o Amor Universal era o sublime coroamento de sua obra. Entendeu que, no futuro, a claridade do Reino de Deus revelaria aos homens a necessidade da cessação de todo egoísmo e que, no Santuário de cada coração, deveria existir a mais abundante cota de amor, não só para o Círculo Familiar, senão também para todos os necessitados do mundo, e que no Templo de cada habitação permaneceria a fraternidade real, para que a assistência recíproca se praticasse na Terra, sem serem precisos os edifícios exteriores, consagrados a uma solidariedade claudicante – Cap.30, Livro ”Boa Nova”.
I.2 – A União Através dos Laços de Famíla
Através de várias Respostas E/OU Perguntas do Livro “O Consolador” pode-se tentar entender um pouco mais do conceito de Laços de Família (P328/329/330/331/339/340/etc).
A criatura transviada, até que se espiritualize para a compreensão desses laços sublimes, está submetida, no mapa de suas provações, a tais experiências, por vezes pesadas e dolorosas.
A situação de inquietude e subversão de valores na alma humana justifica essa provação terrestre, caracterizada pela distância dos Espíritos amados, que se encontram num plano de compreensão superior, os quais, longe de desdenharem as boas experiências dos companheiros de seus afetos, buscam facultar-lhes com a máxima dedicação, de modo a facilitar o seu avanço direto às mais elevadas conquistas espirituais.
Os Espíritos superiores não ficam propriamente ligados ao orbe terreno, mas não perdem o interesse afetivo pelos seres amados que deixaram no mundo, pelos quais trabalham com ardor, impulsionando-os na estrada das lautas redentoras, em busca das culminâncias da perfeição.
A saudade, nessas almas santificadas e puras, é muito mais sublime e mais forte, por nascer de uma sensibilidade superior, salientando-se que, convertida num interesse divino, opera as grandes abnegações do Céu, que seguem os passos vacilantes do Espírito encarnado, através de sua peregrinação expiatória ou redentora na face da Terra.
A Oração coopera eficazmente em favor do que partiu, muitas vezes com o Espírito emaranhado na rede das ilusões da existência material. Todavia, o coração amigo que ficou aí no mundo, pela vibração silenciosa e pelo desejo perseverante de ser útil ao companheiro que o precedeu na sepultura, para os movimentos da vida espiritual, nos momentos de repouso do corpo, em que a alma evoluída pode gozar de relativa liberdade, pode encontrar o Espírito sofredor ou errante do amigo desencarnado, despertar-lhe a vontade no cumprimento do dever, bem como orientá-lo sobre a sua realidade nova, sem que a sua memória corporal registre o acontecimento na vigília comum.
Daí nasce à afirmativa de que somente o amor pode atravessar o abismo da morte.
Almas existem que, para obterem as sagradas realizações de Deus em si próprias, entregam-se a labores de renúncia, em existência de santificada abnegação.
Nesse mister, é comum abdicarem transitoriamente às ligações humanas, de modo a acrisolarem os seus afetos e sentimentos em vidas de ascetismo e de longas disciplinas materiais.
Quase sempre, os que na Terra se fazem eunucos para os Reinos dos Céus, agem de acordo com os dispositivos sagrados de missões redentoras, nas quais, pelo sacrifício e pela dedicação, se redimem entes amados ou a alma gêmea da sua, exilados nos caminhos expiatórios.
Numerosos Espíritos recebem de Jesus permissão para esse gênero de esforços santificantes, porquanto, nessa tarefa, os que se fazem eunucos, pelos Reinos dos Céus, precipitam os processos de redenção do ser ou dos seres amados, submersos nas provas e, simultaneamente, pela sua condição de envolvidos, podem ser mais facilmente transformados, na Terra, em instrumentos da verdade e do bem, redundando o seu trabalho em benefícios inestimáveis para os entes queridos, para a coletividade e para si próprios.
Só a Evangelização do Homem Espiritual poderá conduzir as criaturas a um plano superior de compreensão, de modo a que jamais as energias afetivas se convertam em forças destruidoras do coração.
Para a convenção do mundo, o perdão significa renunciar à vingança, sem que o ofendido precise olvidar plenamente a falta do seu irmão; entretanto, para o Espírito Evangelizado, perdão e esquecimento devem caminhar juntos, embora prevaleça para todos os instantes da existência a necessidade de oração e vigilância.
Aliás, a própria Lei da Reencarnação nos ensina que só o esquecimento do passado pode preparar a Alvorada da Redenção.
P 342 – A resposta de Jesus aos seus discípulos – “Quem é minha mãe e quem são os meus irmãos”, é um incitamento à edificação da Fraternidade Universal?
O Senhor referia-se à precariedade dos laços de sangue, estabelecendo a fórmula do amor, a qual não deve estar circunscrita ao ambiente particular, mas ligada ao ambiente universal, em cujas estradas deveremos observar e ajudar, fraternalmente, a todos os necessitados, desde os aparentemente mais felizes aos mais desvalidos da sorte.
P 347 – A Terra é Escola de Fraternidade ou Penitenciária de Regeneração?
A Terra deve ser considerada Escola de Fraternidade para o Aperfeiçoamento e Regeneração dos Espíritos encarnados.
As almas que aí se encontram em tarefas purificadoras, muitas vezes colimam o resgate de dívidas assaz penosas. Daí o motivo de a maioria encontrar sabor amargo nos trabalhos do mundo, que se lhes afigura rude Penitenciária, cheia de gemidos e de aflições.
A verdade incontestável é que os aspectos divinos da Natureza serão sempre magníficos e luminosos; porém, cada Espírito os verá pelo prisma do seu coração. Mas, na dor como na alegria, no trabalho feliz como na experiência escabrosa, todas as criaturas deverão considerar a reencarnação um processo de sublime aprendizado fraternal, concedido por Deus aos seus filhos, no caminho do Progresso e da Redenção.
P350 – Pode a fraternidade manifestar-se sem a abnegação?
Fraternidade pode traduzir-se por cooperação sincera e legítima, em todos os trabalhos da vida, e em toda cooperação verdadeira o personalismo não pode subsistir, salientando-se que quem coopera cede sempre alguma coisa de si mesmo, dando o testemunho de abnegação, sem a qual a fraternidade não se manifestaria no mundo, de modo algum.
P351 – Como entender o “Amor a nós mesmos”, segundo a fórmula do Evangelho?
O Amor a nós mesmos deve ser interpretado como a necessidade de oração e de vigilância, que todos os homens são obrigados a observar.
Amar a nós mesmos não será a vulgarização de uma nova teoria de autoadoração.
Para nós outros, a egolatria já teve o seu fim, porque o nosso problema é de iluminação íntima, na marcha para Deus. Esse amor, portanto, deve traduzir-se em esforço próprio, em autoeducação, em observação do dever, em obediência às leis de realização e de trabalho, em perseverança na fé, em desejo sincero de aprender com o único Mestre, que é Jesus Cristo.
Quem se ilumina cumpre a missão da Luz sobre a Terra. E a Luz não necessita de outros processos para revelar a verdade, senão o de irradiar espontaneamente o tesouro de si mesma.
Necessitamos encarar essa nova fórmula de amor a nós mesmos, conscientes de que todo bem conseguido por nós, em proveito do próximo, não é senão o bem de nossa própria alma, em virtude da realidade de uma só lei, que é a do amor, e um só dispensador dos bens, que é Deus.
P380 – É justo que o Espiritista, depois de sofrer pela morte a separação de um ente amado, provoque a comunicação dele nas sessões medianímicas?
O Espiritista sincero deve buscar o conforto moral, em tais casos, na própria fé que lhe deve edificar intimamente o coração.
Não é justo provocar ou forçar a comunicação com esse ou aquele desencarnado. Além de não conhecerdes as possibilidades de sua nova condição na Esfera Espiritual, deveis atender ao problema dos vossos méritos.
O homem pode desejar isso ou aquilo, mas há uma Providência que dispõe sobre o assunto, examinando o mérito de quem pede e a utilidade da concessão.
Qualquer comunicado com o Invisível deve ser espontâneo e o Espiritista Cristão deve encontrar na sua fé o mais alto recurso de cessação do egoísmo humano, ponderando quanto à necessidade de repouso daqueles a quem amou e esperando a sua palavra direta, quando e como julguem os mentores espirituais conveniente e oportuna.
I.3 – A Reencarnação e os Laços de Família
- Os Espíritos se agrupam por afinidades de gostos, de afeições e de simpatias mútuas. Em muitas reencarnações, existem os Espíritos que são mais evoluídos que procuram ajudar na progressão dos retardatários, em uma mesma família ou em círculos próximos;
- Somente as afeições espirituais permanecem inalteradas no Mundo Espiritual. As de natureza carnal se extinguem com o términode sua causa;
- Contudo, pode ocorrer que espíritos menos evoluídos, e muitas vezes estranhos e/ou antipáticos a aquele grupo de espíritos afins, se congreguem em uma mesma família. Deste modo, estes espíritos retardatários progridem vendo o exemplo de fraternidade, de amor e de caridade dos melhores. Suas características negativas são reduzidas ou bastantes atenuadas;
A Palavra de Kardec sobre a Reencarnação:
- Sem o Princípio da Preexistência da Alma e da Pluralidade das Existências, a grande parte das Verdades contidas no Evangelho são ininteligíveis, razão pela qual deram origem a tantas interpretações contraditórias;
- O Princípio da Preexistência da Alma e da Pluralidade das Existências são as Chaves para se entender o verdadeiro sentido destes textos.
- Segundo Kardec, geralmente, no Mundo Espiritual o conceito de família permanece a mesma, isto é, o que foi pai em uma encarnação, poderá reencarnar como filho do seu neto atual. Com o conceito de Reencarnação, ascendentes e descendentes podem já se terem conhecidos, vivido juntos, amando-se umtuamente, e podem posteriormente reunirem-se novamente para apertarem ainda mais os seus laços familiares → Jeremias 31:29: Naqueles dias não se dirá mais: Os pais comeram uvas verdes e os filhos nasceram com os dentes embotados, mas sim que cada qual morrerá pelo próprio pecado ↔ esta passagem segundo Moutinho no Livro “Os Profetas”, é análoga a de Êxodo 20:5, no item dos Dez Mandamentos, quando o Senhor cita textualmente que: ……Eu sou um Deus zeloso que vingo a iniquidade dos pais nos filhos, nos netos e nos bisnetos daqueles que me odeiam, mas uso de misericórdia até a milésima geração com aqueles que me amam e guardam os meus mandamentos ↔ ainda segundo Moutinho, esta passagem foi alterada, após suas sucessivas compilações, propositalmente, para a manter incompreensível devido ao domínio das massas pelas classes elitistas sacerdotais, pois que na realidade o pai irá reencarnar como neto ou bisneto, e aí sim, pagará cetil por cetil de todas as suas dívidas cometidas na encarnação na qual foi pai→ em Deuteronômio 24:16 está bem claro que “não morrerão os pais pelos filhos e nem os filhos pelos pais. Cada um, independentemente, “morrerá” (será castigado) pelo próprio “pecado” → Jeremias, em 31:29, também corrige esta passagem de Moisés no Êxodo 20:5 → em Ezequiel 18:1 a 4 é repetida a mesma afirmativa de Jeremias 31:29 ↔ estas Profecias traduzem literalmente o Conceito da Reencarnação, o qual é um dos pilares da Doutrina Espírita;
- Através da Reencarnação e da Lei do Progresso, os Espíritos que se amam verdadeiramente, podem se reunir várias vezes na Terra e no espaço, para gravitarem juntos até chegar aos planos espirituais mais elevados. Os retardatários são sempre ajudados, encorajados e amparados pelos que os amam, de modo que haja uma perpétua solidariedade entre os encarnados e desencarnados, aumentando os laços de afeição – Livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.
Limites de Encarnação – São Luiz
- A necessidade de encarnação depende fundamentalmente da evolução espiritual do próprio Espírito. Caso esteja “preso” em mundos inferiores, as reencarnações são frequentes com pouco ou nenhum intervalo entre a desencarnação e a reencarnação. A medida que evolui, passando para mundos superiores, o próprio corpo físico torna-se menos materializado, possuindo um caráter mais fluídico, e a frequência da reencarnação ea desencarnação diminuem consideravelmente;
- O Perispírito deve ser adequado ao respectivo mundo físico ou espiritual. A medida que o Espírito passa de Mundos Materializados para Mundos mais Etéreos, o Perispírito torna-se cada vez mais etéreo, até a depuração completa que constitui o estado dos espíritos puros;
- No intervalo entre as reencarnações, ou seja no mundo espiritual, o Espírito guarda uma situação compatível com a sua própria evolução de acordo com que seja mais ou menos desmaterializado.
I.4 – Diferença entre Famíla e Parentela
Do Cap.62 do Livro “Caminho, Verdade e Vida”, Emmanuel define baseado em, Atos 7:3 – “E disse-lhe: Sai de tua terra e dentre a tua Parentela e dirige-te à terra que eu te mostrar”, que:
- Nos círculos da fé, vários candidatos à posição de discípulos de Jesus queixam-se da sistemática oposição dos parentes, com respeito aos princípios que esposaram para as aquisições de ordem religiosa. Nem sempre os laços de sangue reúnem as almas essencialmente afins. Frequentemente, pelas imposições da consanguinidade, grandes inimigos são obrigados ao abraço diuturno, sob o mesmo teto.
- É razoável sugerir-se uma divisão entre os conceitos de “Família” e “Parentela”. O primeiro constituiria o símbolo dos laços eternos do Amor, o segundo significaria o cadinho de lutas, por vezes acerbas, em que devemos diluir as imperfeições dos sentimentos, fundindo-os na liga divina do Amor para a eternidade. A Família não seria a Parentela, mas a Parentela converter-se-ia, mais tarde, nas santas expressões da Família.
- Recordamos tais conceitos, a fim de acordar a vigilância dos companheiros menos avisados.
- A caminho de Jesus, será útil abandonar a esfera de maledicências e incompreensões da Parentela e pautar os atos na execução do dever mais sublime, sem esmorecer na exemplificação, porquanto, assim, o aprendiz fiel estará exortando-a, sem palavras, a participar dos direitos da Família Maior, que é a de Jesus Cristo.
I.5 – Nossos Irmãos
“E dele temos este mandamento: Que quem ama a Deus, ame também a seu irmão”- I João,4:21.
Em verdade, amamos a Deus, em todos os motivos de júbilo dentro da nossa marcha evolutiva. O Evangelho, entretanto, é farto de recomendações, no sentido de amarmos também os nossos irmãos, entre as pedras e sombras da escabrosa subida.
Certo, a palavra da Boa Nova não se reporta aos companheiros amados e felizes que já solucionaram conosco as questões de harmonia mental, e sim aos que respiram em nossa atmosfera, exigindo auxílio fraterno e seguro. São eles: Os nossos irmãos doentes que reclamam remédio; os infortunados que pedem consolo; os fracos que esperam defesa; os ignorantes que anseiam por esclarecimento; os desajustados que necessitam de compreensão; os criminosos distanciados do socorro e da luz; os insubmissos que nos desafiam a tolerância; os desequilibrados que nos induzem a vigiar para o bem; os demolidores que nos oferecem o ensejo de reconstruir; os revolucionários que nos auxiliam a reconhecer os benefício da ordem; os que nos ferem, ajudando-nos a desbastar as próprias imperfeições; os que nos perseguem e caluniam, proporcionando-nos a oportunidade de suportar com o Cristo, na prática do Evangelho.
O irmão iluminado e bondoso, em si, já representa uma obra viva do Pai, através da qual o conhecemos e admiramos; o irmão ignorante ou infeliz, porém, é uma obra que o Céu nos convida a amparar e embelezar, no rumo da perfeição, em nome do Todo Misericordioso. Se amas a Deus no irmão que te entende e ajuda, não te esqueças de honrá-lo e admiti-lo no irmão que ainda te não pode amar.
Quando um homem comete uma ação má, os reflexos dela perduram, por muito tempo, na atmosfera espiritual em que ele vive. A criatura ignorante que a observa se faz pior. Os olhos menos benevolentes que a veem se tornam mais duros. O homem quase retificado que a identifica estaciona e desanima” → uma boa ação, contudo, edifica e ilumina sempre. A criatura ignorante que a observa aprende a elevar-se. Através de uma verdadeira manifestação cristã propaga a gratidão, a alegria, a esperança e o otimismo, organizando criações mentais iluminativas e santificantes, propagando o Espírito sublime do Cristianismo, e atendendo à obra individual com Jesus → afasta deste modo os corações amados do campo escuro do erro, através de teus atos que constituem lições vivas do amor edificante. Recordas de que pela conversão verdadeira e substancial de um só espírito ao Infinito Bem, escuras multidões de males poderão desaparecer para sempre – Livro ”Vinha de Luz”, Caps 167 e 178.
I.6 – Doentes em Casa
“E a paz de Deus domine em vossos corações para a qual também fostes chamados em um corpo, e sede agradecidos” – Paulo, Colossenses, 3:15.
Se abordasses agora o Plano Espiritual, para lá da morte física, e aí encontrasses criaturas queridas em dificuldades, que farias? Aqui, talvez surpreendesses um coração paterno em frustração, mais além abraçarias um companheiro ou um associado, um filho ou um irmão, carregando o resultado infeliz de certas ações vividas na Terra… Que comportamento adotarias se as Leis Divinas te outorgassem livre passaporte para as Esferas Superiores facultando-te, porém, a possibilidade de permanecer com os seres inesquecíveis, em tarefas de amor?
Decerto, estarias a decidir-te pela opção insopitável. Não desejarias compartilhar os Céus com a dor de haver abandonado corações inolvidáveis à sombra transitória a que se empenham com os próprios erros. Reconhecê-los-ias por doentes reclamando proteção. Demorar-te-ias junto deles, na prestação do auxílio necessário.
Referimo-nos à imagem para considerar que os parentes enfermos ou difíceis são criaturas, às quais, antes do berço em que te refizeste no Plano Físico, prometeste amparo e dedicação. Nascem no grupo familiar, realmente convidados por ti mesmo ao teu convívio, para que possas assisti-los no devido refazimento.
Entendemos no assunto que existem casos para os quais a segregação hospitalar demorada e distante é a medida que não se pode evitar, mas se tens contigo alguém a quem ames, erguesse por teste permanente de compreensão e paciência, no Instituto Doméstico, não afastes esse alguém do clima afetivo em que te encontres, sob o pretexto de asserenar a família ou beneficiá-la. Guarda em tua própria casa, tanto quanto puderes, os parentes portadores de provações e não lhes decretes o exílio, ainda mesmo a preço de ouro.
Apoia-os, qual se mostrem as necessidades e lutas que lhes marcam a existência, na certeza de que todos eles são tesouros de Deus, em tarefas sob a tua responsabilidade, ante a assistência e a supervisão dos Mensageiros de Deus.
Nota: Reconhecer as nossas responsabilidades espirituais e físicas para conosco mesmo e com aqueles que caminham neste estágio evolutivo espiritual é ponto brilhante em nossa jornada terrena.
Equilibremo-nos e, assim sendo, poderemos colaborar no equilíbrio daqueles que conosco convivem…… – Livro ”Ceifa de Luz”, Cap 10.
I.7 – Subdesenvolvimento Espiritual
“Ora, quanto ao que está enfermo na fé, recebei-o não em contendas de disputa” – Paulo, Romanos, 14:1.
Quando a palavra subdesenvolvimento toma lugar na designação de grupos humanos menos dotados de mais amplos recursos, na ordem material da vida terrestre, não será impróprio referir-nos à outra espécie de carência – carência de valores do Espírito. Isso nos induz a reconhecer a existência de uma retaguarda enorme de criaturas empobrecidas de esperança e coragem, não obstante quase toda ela constituída de companheiros com destaque merecido na cultura e na prosperidade da Terra.
Abastece-te de suficiente Amor para compreendê-los e auxiliá-los. São amigos chamados a caminhar nas frentes da evolução, com áreas enormes de influência e possibilidade no trabalho do bem de todos, mas detentores de escassos recursos no campo do sentimento para suportarem, com êxito as crises das épocas de mudança.
Esse encontrou diferenças de conduta nos descendentes fascinados pelas experiências passageiras de equipes sociais em transição e se marginalizou nas moléstias da inconformidade; aquele traumatizou-se com as provações coletivas em que grupos vários de pessoas se viram defrontadas pela desencarnação em conjunto e se refugiou nas instituições de repouso e tratamento mental; outro observou criaturas queridas a se desgarrarem do lar, para se realizarem livremente nos ideais próprios, e transformou-se em doente complexo; e outros muitos viram a morte dos entes mais caros, arrancados ao corpo nas engrenagens da própria civilização e mergulharam-se na dor que acreditam sem consolo.
Se podes enxergar os conflitos impostos ao mundo pelo materialismo que vem desfibrando o ânimo de tantas criaturas, enternece-te com os sofrimentos de quantos se encontram nas faixas do subdesenvolvimento espiritual e trabalhemos nas novas construções da fé- Livro ”Ceifa de Luz”, Cap 164.
I.8 – Em Família
Aprendam primeiro a exercer piedade para com a sua própria família e a recompensar seus pais, porque isto é bom e agradável diante de Deus- Paulo em I Timóteo, 5:4.
A luta em família é problema fundamental da redenção do homem na Terra. Como seremos benfeitores de cem ou mil pessoas, se ainda não aprendemos a servir cinco ou dez criaturas? Esta é indagação lógica que se estende a todos os discípulos sinceros do Cristianismo. Bom pregador e mau servidor são dois títulos que se não coadunam. O Apóstolo aconselha o exercício da piedade no centro das atividades domésticas, entretanto, não alude à piedade que chora sem coragem ante os enigmas aflitivos, mas àquela que conhece as zonas nevrálgicas da casa e se esforça por elimina-las, aguardando a decisão divina a seu tempo.
Conhecemos numerosos irmãos que se sentem sozinhos, espiritualmente, entre os que se lhes agregaram ao círculo pessoal, através dos laços consanguíneos, entregando-se, por isso, a lamentável desânimo. É imprescindível, contudo, examinar a transitoriedade das ligações corpóreas, ponderando que não existem uniões casuais no lar terreno. Preponderam aí, por enquanto, as provas salvadoras ou regenerativas.
Ninguém despreze, portanto, esse campo sagrado de serviço por mais se sinta acabrunhado na incompreensão. Constituiria falta grave esquecer-lhe as infinitas possibilidades de trabalho iluminativo. É impossível auxiliar o mundo, quando ainda não conseguimos ser úteis nem mesmo a uma casa pequena: Aquela em que a Vontade do Pai nos situou, a título precário. Antes da grande projeção pessoal na obra coletiva, aprenda o discípulo a cooperar, em favor dos familiares, no dia de hoje, convicto de que semelhante esforço representa realização essencial – Livro “Pão Nosso”, Cap 117.
No devotamento dos pais, todos os filhos são Jóias de Luz; entretanto, para que compreendas certos natagonismos que te afligem no lar, é preciso saibas que, entre os filhos-companheiros que te apoiam a alma, surgem os filhos-credores, alcançando-te a vida, por instrutores de feição diferente. Subtraindo-te aos choques de caráter negativo, no reencontro, preceitua a eterna bondade da Justiça Divina que a reencarnação funcione, reconduzindo-os à tua presença, através do berço.
É por isso que, a princípio, não ombreiam contigo, em casa, como de igual para igual, porquanto reaparecem humildes e pequeninos. Chegam frágeis e emudecidos, para que lhes ensines a palavra de apaziguamento e brandura. Não te rogam a liquidação de débitos, na intimidade do gabinete, e, sim, procuram-te o colo para nova fase de entendimento. Respiram-te o hálito e escoram-se em tuas mãos, instalando-se em teus passos, para a transfiguração do próprio destino. Embora desarmados, controlam-te os sentimentos. Não obstante dependerem de ti, alteram-te as decisões com simples olhar. De doces numes do carinho, passam, com o tempo, à condição de examinadores constantes de tua estrada.
Governam-te os impulsos, fiscalizam-te os gestos, observam-te as companhias e exigem-te as horas.
Reaprendem na escola do mundo com o teu amparo; todavia, à medida que se desenvolvem no conhecimento superior, transformam-se em inspetores intransigentes do teu grau de instrução.
Muitas vezes choras e sofres, tentando adivinhar-lhes os pensamentos para que te percebam os testemunhos de amor. Calas os próprios sonhos, para que os sonhos deles se realizem. Apagas-te, a pouco e pouco, para que julguem em teu lugar.
Recebes todas as dores que te impõem à alma, com sorrisos nos lábios, conquanto te amarfanhem o coração. E nunca possuis o bastante para abrilhantar-lhes a existência, de vez que tudo lhes dás de ti mesmo, sem faturas de serviço e sem notas de pagamento.
Quando te vejas, diante de filhos crescidos e lúcidos, erguidos à condição de dolorosos problemas do Espírito, recorda que são eles credores do passado a te pedirem o resgate de velhas contas. Busca auxiliá-los e sustentá-los com abnegação e ternura, ainda que isso te custe todos os sacrifícios, porque, no junto instante em que a consciência te afirme tudo haveres efetuado para enriquecê-los de educação e trabalho, dignidade e alegria, terás conquistado, em silêncio, o luminoso certificado de tua própria libertação – Livro ”Luz no Lar”, Caps 5 e 63.
I.9 – No Reino Doméstico
Você, meu amigo, pergunta que papel desempenhará o Espiritismo, na ciência das relações sociais, e, muito simplesmente, responderei que, aliado ao Cristo, o nosso movimento renovador é a chave da paz, entre as criaturas.
Já terá refletido, porventura, na importância da compreensão generalizada, com respeito à justiça que nos rege a vida, e à fraternidade que nos cabe construir na Terra? A sociologia não é a realização de gabinete. É obra viva que interessa o cerne do homem, de modo a plasmar-lhe o clima de progresso substancial.
Reporta-se você ao amargo problema dos casamentos infelizes, como se o matrimônio fosse o único enigma na peregrinação humana, mas se esquece de que a alma encarnada é surpreendida, a cada passo, por escuros labirintos na vida de associação. Habitualmente, renascem juntos, sob os elos da consanguinidade, aqueles que ainda não acertaram as rodas do entendimento, no carro da evolução, a fim de trabalharem com o abençoado buril da dificuldade sobre as arestas que lhes impedem a harmonia.
Jungidos à máquina das convenções respeitáveis, no instituto familiar, caminham, lado a lado, sob os aguilhões da responsabilidade e da traição, sorvendo o remédio amargoso da convivência compulsória para sanarem velhas feridas imanifestas.
E nesse vastíssimo roteiro de Espíritos em desajuste, não identificaremos tão somente os cônjuges infortunados. Além deles, há fenômenos sentimentais mais complexos. Existem pais que não toleram os filhos e mães que se voltam, impassíveis, contra os próprios descendentes. Há filhos que se revelam inimigos dos progenitores e irmãos que se exterminam dentro do magnetismo degenerado da antipatia congênita, dilacerando-se uns aos outros, com raios mortíferos e invisíveis do ódio e do ciúme, da inveja e do despeito, apaixonadamente cultivados no solo mental.
Os hospitais e principalmente os manicômios apresentam significativo número de enfermos, que não passam de Mutilados Espirituais dessa guerra terrível e incruenta na trincheira mascarada sob o nome de Lar. Batizam-nos os médicos com rotulagens diversas, na esfera da diagnose complicada; entretanto, na profundez das causas, reside a influência maligna da parentela consanguínea que, não raro, copia as atitudes da tribo selvagem e enfurecida. Todos os dias, semelhantes farrapos humanos atravessam os pórticos das casas de saúde ou da caridade, à maneira de restos indefiníveis de náufragos, perdidos em mar tormentoso, procurando a terra firme da costa, através da onda móvel.
Não tenha dúvida. O homicídio, nas mais variadas formas, é intensamente praticado sem armas visíveis, em todos os quadrantes do Planeta. Em quase toda a parte, vemos pais e mães que expressam ternura, ante os filhos desventurados, e que se revoltam contra eles toda vez que se mostrem prósperos e felizes.
Há irmãos que não suportam a superioridade daqueles que lhes partilham o nome e a experiência, e companheiros que apenas se alegram com a camaradagem nas horas de necessidade e infortúnio.
Ninguém pode negar a existência do amor no fundo das multiformes uniões a que nos referimos. Mas esse amor ainda se encontra, à maneira do ouro inculto, incrustado no cascalho duro e contundente do egoísmo e da ignorância que às vezes, matam sem a intenção de destruir e ferem sem perceber a inocência ou a grandeza de suas vítimas.
Por isso mesmo, o Espiritismo com Jesus, convidando-nos ao sacrifício e à bondade, ao conhecimento e ao perdão, aclarando a origem de nossos antagonismos e reportando-nos aos dramas por nós todos já vividos no pretérito, acenderá um facho de luz em cada coração, inclinando as almas rebeldes ou enfermiças à justa compreensão do programa sublime de melhoria individual, em favor da tranquilidade coletiva e da ascensão de todos. Desvelando os horizontes largos da vida, a Nova Revelação dilatará a esperança, o estímulo à virtude e a educação em todas as inteligências amadurecidas na boa vontade, que passarão a entender nas piores situações familiares pequenos cursos regenerativos, dando-se pressa em aceitá-los com serenidade e paciência, de vez que a dor e a morte são invariavelmente os oficiais da Divina Justiça, funcionando com absoluto equilíbrio, em todas as direções, unindo ou separando almas, com vistas à prosperidade do Infinito Bem.
Assim, pois, meu caro, dispense-me da obrigação de maiores comentários, que se fariam tediosos em nossa época de esclarecimento rápido, através da condensação dos assuntos que dizem respeito ao soerguimento da Terra.
Observe e medite. E, quando perceber a imensa força iluminativa do Espiritismo Cristão, você identificará Jesus como sendo o Sociólogo Divino do Mundo, e verá no Evangelho o Código de Ouro e Luz, em cuja aplicação pura e simples reside a verdadeira redenção da Humanidade – Livro “Luz no Lar”, Cap.5.
I.10 – No Santuário Doméstico
Terminado o Culto Familiar, um dos companheiros desencarnado também rendeu graças. Esperemos que esses celeiros de sentimentos se multipliquem, disse o Instrutor Espiritual Aniceto, sensibilizado. O mundo pode fabricar novas indústrias, novos arranha-céus, erguer estátuas e cidades, mas, sem a bênção do Lar, nunca haverá felicidade verdadeira.
Bem-aventurados os que cultivam a paz doméstica, exclamou uma senhora simpática, que estivera presente ao nosso lado, durante a reunião. Dois cooperadores de “Nosso Lar” serviram-nos alimentação leve e simples, que não me cabe especificar aqui, por falta determos analógicos. Em Oficinas como esta, explicou o instrutor amigo, é possível preservar a pureza de nossas substâncias alimentícias, os elementos mais baixos não encontram, neste Santuário, o campo imprescindível à proliferação. Temos bastante Luz para neutralizar qualquer manifestação das Trevas.
Embora as luzes que nos rodeavam, notei que os céus prometiam aguaceiros próximos. As brisas leves transformavam-se repentinamente, em ventania forte. Não obstante, as sensações de sossego eram agradabilíssimas.
A essa altura do esclarecimento, notei que formas sombrias, algumas monstruosas, se arrastavam na rua, à procura de abrigo conveniente. Reparei, com espanto, que muitas tomavam a nossa direção, para, depois de alguns passos, recuarem amedrontadas. Provocavam assombro. Muitas, pareciam verdadeiros animais perambulando na via pública. Confesso que insopitável receio me invadira o coração.
Calmo, como sempre, Aniceto nos tranquilizou: Não temam, disse. Sempre que ameaça tempestade, os Seres Vagabundos da Sombra se movimentam procurando asilo. São os Ignorantes que vagueiam nas ruas, escravizados às sensações mais fortes dos sentidos físicos. Encontram-se ainda colados às expressões mais baixas da experiência terrestre e os aguaceiros os incomodam tanto quanto ao homem comum, distante do lar. Buscam, de preferência, as Casas de Diversão Noturna, onde a ociosidade encontra válvula nas dissipações. Quando isto não se lhes torna acessível, penetram as Residências abertas, considerando que, para eles, a matéria do plano ainda apresenta a mesma densidade característica.
E, demonstrando interesse em valorizar a lição do minuto, acrescentou: Observem como se inclinam para cá, fugindo, em seguida, espantados e inquietos.
Estamos colhendo mais um ensinamento sobre os efeitos da Prece. Nunca poderemos enumerar todos os benefícios da oração. Toda vez que se Reza num lar, prepara-se a melhoria do ambiente doméstico.
Cada prece do coração constitui emissão eletromagnética de relativo poder. Por isso mesmo, o Culto Familiar do Evangelho não é tão só um curso de iluminação interior, mas também processo avançado de defesa exterior, pelas claridades espirituais que acende em torno.
O homem que Reza traz consigo inalienável couraça. O lar que cultiva a prece transforma-se em fortaleza, compreenderam? As Entidades da Sombra experimentam choques de vulto, em contato com as vibrações luminosas deste Santuário Doméstico, e é por isso que se mantêm a distância, procurando outros rumos…. – Livro ”Os Mensageiros”, Cap.37.
I.11 – Estranhos Credores
A Palestrante do Bem, sorridente, ante o interesse geral, prosseguiu delicada: Não sei se conhecem as extremas dificuldades do Espírito para alijar as vestes animalizadas do sentimento. Sorrimos, de modo significativo, dando-lhe a entender a nossa inferioridade. Pois bem, continuou a Embaixatriz da Caridade e da Sabedoria, confesso que pertenci à classe das piores mulheres que já existiram nos círculos do Planeta.
O Ciúme, o Egoísmo e a Vaidade eram o meu trio de verdugos cruéis. Voltei à carne, inúmeras vezes. Somente para atacar o Ciúme fulminante, recebi a oportunidade de nove existências sucessivas, sem resultado eficiente. Para combater o Egoísmo e a Vaidade, regressei ao corpo físico várias vezes, falhando nas mais insignificantes promessas. Sempre a recapitulação do momento vicioso. Envenenava meu companheiro pelo Ciúme, destruía o lar pelo Egoísmo e perdia os filhos, através da Vaidade.
Amigos desvelados seguiam-me, carinhosos, de esferas mais altas, estendendo-me braços fraternais; entretanto, fracassei, de modo invariável. Valia-me da bênção do esquecimento na reencarnação, para perpetrar novos erros e espezinhar as Sagradas Leis.
O tempo, contudo, ia passando, implacável, e os meus antigos Benfeitores Espirituais se foram distanciando, elevados a regiões menos densas. Despediam-se, afetuosos, estimulando-me ao desempenho dos deveres cristãos, permanecendo, assim, relegada a mim mesma, entre problemas inquietantes e complicados. Por fim, o esposo amigo, sócio abençoado de experiências e empresas inúmeras, foi convocado à Esfera Superior, em virtude dos méritos adquiridos, e, dos Espíritos amados que me foram pais e filhos, em várias estações evolutivas, não existia nenhum ao lado de minha pequenez.
Quando me vi irremediavelmente sozinha, experimentei intraduzível pavor e amargoso desânimo.
Abandonei-me, então, a propósitos menos dignos, demorando-me nos recantos abismais qual trapo inútil, embora consciente, vencida pelo trio nefasto. Muitos anos partilhei o desencanto da soledade quase absoluta.
Dia houve, no entanto, em que fui visitada por Nobre Missionária do Bem, que me contou, carinhosamente, o romance que lhe dizia respeito. Estivera em minha posição degradante, mas superara os obstáculos, utilizando o concurso de Entidades Infelizes. Depois de aventuras extravagantes, no curso das quais fora invariavelmente derrotada, voltou à Terra, na qualidade de mãe de filhos monstruosos, e tão rijos lhe foram os testemunhos de abnegação que chegou ao admirável triunfo sobre a tríade tenebrosa, dominando o Ciúme, o Egoísmo e a Vaidade no decurso de setenta anos de sacrifício incessante.
Aconselhou-me, assim, a visitar as Furnas do Sofrimento Purgatorial e a rogar a colaboração dos dirigentes daqueles que estacionam nas Províncias da Angústia, candidatando-me à maternidade dolorosa na Terra.
A presença amiga conduziu-me às Retaguardas das Trevas e, horrorizada, percebi a existência de infortunados irmãos nossos, em Estágios longos de Loucura, Cegueira e Deformação do Corpo Perispiritual.
Agitavam-se em torvelinho de sofrimentos indescritíveis. Acovardei-me ante o quadro triste, mas a piedosa mensageira que me custodiava reanimou-me e, afinal, solicitei a concessão.
Quando meu fervor se exteriorizou em lágrimas de esperança, fez-se visível um dos vigilantes da atormentada região, acolhendo-me a súplica. Aceitar-me-ia o compromisso e designou-me quatro Crianças Monstruosas que me caberia adotar, as quais espiritualmente falando nada tinham a ver comigo em emcarnações anteriores.
Ao completar, já como encarnada, os setenta anos após diversos tipos de sofrimentos e vários tipos de expiação, achava-me liberta de todas as Provas, já com todos estes filhos deserdados desencarnados.
A morte surpreendeu-me totalmente renovada e, com as bênçãos divinas, pude entoar o meu cântico de vitória – Cap.38 – Livro ”Pontos e Contos”.
I.12 – Segue Teu Caminho
Escolheste o companheiro de teus sonhos e com ele teceste promessas de amor. Enxergaste, nos horizontes iluminados da juventude, a aurora da felicidade e cultivaste, no coração saltitante de alegria, as flores mais viçosas da esperança. Superaste obstáculos. Venceste dificuldades. Vergaste resistências.
Adivinhaste em teus passos a ternura da vida a dois e, imaginando o futuro lar como ninho de paz, alimentaste de devaneios o coração sedento de carinho. Sacrificaste, no altar íntimo de tuas afeições, os próprios caprichos e, de mãos dadas ao eleito de tua alma, selaste o compromisso de união.
Contudo, pouco a pouco, o céu azul e límpido de tuas aspirações inundou-se de nuvens carregadas e aflitivas, trazidas pela dura realidade do dia-a-dia.
Dúvidas e agressões passaram a fazer parte do cotidiano, levando às lágrimas e ao desconforto. Perguntas ríspidas, respostas secas e palavras amargas intoxicaram a atmosfera da convivência. De mágoa em mágoa, de ironia em ironia, de desconfiança em desconfiança, de desrespeito em desrespeito, o clima ameno e seguro de outrora tornou-se hostil e ameaçador, fazendo da separação a única solução possível.
É provável que tenhas tentado tudo. Esqueceste a grosseria. Perdoaste a ameaça. Relevaste a indiferença. Sorriste de novo. E, no entanto, após algum tempo de bonança, a tempestade ressurgiu com violência, castigando-te a alma com dor e aflição. É verdade que a consciência e o senso de dever te pediram para ficar, mas as circunstâncias críticas te apontaram o afastamento como remédio necessário e amargo, adiando os compromissos assumidos.
Segue, pois, teu caminho com a paz no coração e não condenes o parceiro que faliu, porque ninguém, na trajetória evolutiva, está livre das armadilhas do engano. Perdoa a ofensa. Esquece a agressão. Persevera na estrada do bem e confia-te à Bondade Divina.
Entretanto, se lembranças impregnadas de ressentimento te levarem à revolta e à condenação, lembra-te da advertência de Jesus: Aquele que estiver sem pecado, atire a primeira pedra.
I.13 – Estações Necessárias
“Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor” – Atos, 3:19.
Os Crentes inquietos quase sempre admitem que o trabalho de redenção se processa em algumas providências convencionais e que apenas com certa atividade externa já se encontram de posse dos títulos mais elevados, junto aos Mensageiros Divinos. A maioria dos Católicos Romanos pretende a isenção das dificuldades com as cerimônias exteriores; muitos Protestantes acreditam na plena identificação com o céu somente pela enunciação de alguns hinos, enquanto enorme percentagem de Espiritistas se crê na intimidade de supremas revelações apenas pelo fato de haver frequentado algumas sessões.
Tudo isto constitui preparação valiosa, mas não é tudo. Há um esforço iluminativo para o interior, sem o qual homem algum penetrará o santuário da Verdade Divina. A palavra de Pedro à massa popular contém a síntese do vasto programa de transformação essencial a que toda criatura se submeterá para a felicidade da união com o Cristo.
Há estações indispensáveis para a realização, porquanto ninguém atingirá de vez a eterna claridade da culminância. Antes de tudo, é imprescindível que o culpado se arrependa, reconhecendo a extensão e o volume das próprias faltas e que se converta, a fim de alcançar a época de refrigério pela presença do Senhor nele próprio. Aí chegado, habilitar-se-á para a construção do Reino Divino em si mesmo.
Se, realmente, já compreendes a missão do Evangelho, identificarás a estação em que te encontras e estarás informado quanto aos serviços que deves levar a efeito para demandar a seguinte – Livro “Pão Nosso”, Cap.13.
I.14 – Na Velhice
Condicionou-se a mente humana, de maneira geral, a crer que a madureza orgânica é antecâmara da inutilidade e eis muita gente a se demitir, indebitamente, do dever que a vida lhe delegou.
Inúmeros companheiros, porque hajam alcançado aposentadoria profissional ou pelo motivo de abraçarem garotos que lhes descendem do sangue, dizem-se no paralelo final da carreira física. Esquecem-se de que o fruto amadurecido é a garantia de toda a renovação da espécie, e rojam-se prostrados, à soleira da inércia, proclamando-se desalentados. Falam do crepúsculo, como se não contassem com a manhã seguinte.
Começam qualquer comentário em torno dos temas palpitantes do presente, pela frase clássica: ”No meu tempo não era assim”. Enquanto isso, a vida, ao redor, é desafio incessante ao progresso e à transformação, chamando-os ao rejuvenescimento. Filhos lhes reclamam orientação sadia, netos lhes solicitam calor da alma, amigos lhes pedem o concurso da experiência e os irmãos da Humanidade contam com eles para novas jornadas evolutivas.
Bastará pensar, porém, que as crianças e os jovens não acertam o passo sem os mentores adestrados na experiência, peritos em discernimento e trabalho, para que não menosprezem a função que lhes cabe.
Nada de esquecer que o Espírito reencarna, atravessando as faces difíceis da infância e da juventude para alcançar a maioridade fisiológica e começar a viver, do ponto de vista da responsabilidade individual.
Quanto empeço vencido e quanta ilusão atravessada para consolidar uma reencarnação, longe das praias estreitas do berço e da meninice, a fim de que o Espírito, viajor da eternidade, alcance o alto mar da experiência terrestre.
Entretanto, grande número de felizardos que chegam ao período áureo da reflexão, com todas as possibilidades de serviço criador, estacam em suposta incapacidade, batendo à porta do desencanto como quem se compraz na volúpia da compaixão por si mesmos. Trabalhemos por exterminar a praga do desânimo nos corações que atingiram a quadra preciosa da prudência e da compreensão. Vida é chama eterna. Todo o dia é tempo de inventar, clarear e prosseguir.
Companheiros experientes no esforço terrestre constituem a vanguarda dos que renascem no Planeta e não a chamada “velha guarda” que a rabugice de muitos imaginou para deprimir a melhor época da criatura reencarnada na Terra.
Desencarnação é libertação da alma, morte é outra coisa. Morte constitui cessação da vida, apodrecimento, bolor. Os que desanimam de lutar e trabalhar, renovar e evoluir são os que verdadeiramente morrem, conquanto vivos, convertendo-se em múmias de negação e preguiça, e, ainda que a desencarnação passe, transfiguradora, por eles, prosseguem inativos na condição de mortos voluntários que recusam a viver.
Acompanhemos a marcha do Sol, que diariamente cria, transforma, experimenta, embeleza. Renovemo-nos – Livro ”Estude e Viva”, Cap.26.
I.14 – Na Velhice
Dos temas relacionados a grupos consanguíneos, temos a considerar um dos mais importantes para nós, qual seja aquele dos companheiros Espíritas ligados a familiares que ainda não conseguem aceitar os ensinamentos do Espiritismo.
Frequentemente, os amigos incursos nessa prova recorrem ao Mundo Espiritual pedindo orientação.
Suspiram por ambiente que lhes seja próprio aos ideais, querem afetos que lhes incentivem as realizações, e, porque o mundo Espiritual lhes respeite o livre-arbítrio, contornando-lhes os problemas, sem ferir-lhes a iniciativa, muitos deles entram em dúvida, balançando o coração, entre o anseio de fuga e o acatamento ao dever.
O Espírita, porém, comprometido com os parentes não espíritas, permanece acordado as realidades da reencarnação; sabe que ninguém assume obrigações à revelia do foro íntimo e que ninguém renasce sem motivo, nessa ou naquela equipe familiar. Seja atendendo a exigências de afinidade, escolha, expiação ou tarefa específica, o Espírito reencarna ou trabalha junto daqueles com quem lhe compete evoluir, aprimorar-se, quitar-se, desincumbir-se de certos encargos ou atender a programas de ordem superior e, por isso, não dispõe do direito de deserção da Oficina Doméstica, tão-só porque aí não encontre criaturas capazes de lhe partilharem os sonhos de elevação.
Aliás, exatamente aí, na forja de inquietantes conflitos sentimentais, é que se edificará para a ascensão a que aspira. Cônjuge difícil, pais incompreensivos, irmãos-enigmas ou filhos-problemas constituem na Terra o Corpo Docente de que necessitamos na Escola Familiar. Com eles e por eles, é que avaliamos as nossas próprias claudicações, de modo a corrigi-las.
Indiscutivelmente, em explanando assim, não induzimos companheiro algum a compartilhar criminalidade em nome de obrigação. Desejamos unicamente ponderar que não é razoável abandonar ou interromper ajustes edificantes sem que a nossa consciência esteja em paz com o dever cumprido.
Sempre que nos reconheçamos desambientados na família do mundo, à face dos Princípios Espíritas que os entes queridos não se mostrem, de imediato, dispostos a abraçar, estamos na posição do devedor entre credores vários, com a valiosa possibilidade de ressarcir nossos débitos, ou na condição do aluno em curso intensivo de burilamento individual, com a bendita oportunidade de adquirir atestados de competência, em diversas lições – Livro ”Estude e Viva”, Cap 38.
II – A Família Universal
II.1 – Ante a Famíla Maior
Se podes transportar as dificuldades que te afligem num corpo robusto e razoavelmente nutrido, reflete naqueles nossos irmãos da Família Maior, ou seja, da Família da Fraternidade Universal, que a penúria vergasta. Diante deles, não permita que considerações de natureza inferior te cerrem as portas do sentimento. Se algo possuis para dar, não atrases a Obra do Bem e nem baseies nas aparências para sonegar-lhes cooperação.
Aceitemo-los como sendo seus Tutores Paternais ou como filhos inesquecíveis largados no mar alto da experiência terrestre e que a maré da provação nos devolve, qual se fossemos para eles o Cais da Esperança.
Muitos chegam agressivos pois impacientaram-se na expectativa de um socorro que lhes afigurava impossível e deixaram que a desesperação os enceguecesse. Outros se apresentam marcados por hábitos lastimáveis; todavia, não admita estejam na posição de escravos irresgatáveis do vício. Atravessaram longas trilhas de sombra, e, desenganados quanto à chegada de alguém que lhes fizesse luz no caminho, tombaram desprevenidos nos precipícios da margem.
Surpreendemos os que aparecem exteriormente bem-postos e aqueles que dão a ideia de criaturas destituídas de qualquer noção de higiene, mas não creias, por isso, vivam acomodados à impostura e ao relaxamento. Um a um, carregam desdita e enfermidade, tristeza e desilusão.
Não duvidamos de que existam, em alguns raros deles, orgulho e sovinice; no entanto, isso nunca sucede no tamanho e na extensão da avareza e da vaidade que se ocultam em nós, os companheiros indicados a estender-lhes as mãos. Se rogam auxílio, não poderiam ostentar maior credencial de necessidade que a dor de pedir.
Sobretudo, convém acrescentar que nenhum deles espera possamos resolver-lhes os todos os problemas cruciais do destino. Solicitam somente essa ou aquela migalha de amor, à feição do peregrino sedento que suplica um copo d’água para ganhar energia e seguir adiante. Esse pede uma frase de bênção, aquele um sorriso de apoio, outro mendiga um gesto de brandura ou um pedaço de pão…
Abençoa-os e faze, em favor deles, quanto possas, sem te esqueceres de que o Eterno Amigo nos segue os passos, em divino silêncio, após haver dito a cada um de nós, na acústica dos séculos: “Em verdade, tudo aquilo que fizerdes ao menor dos pequeninos é a mim que o fizestes” – Mt 25:40 a 45, Livro ”Estude e Viva”, Cap.10.
II.2 – Na Seara da Famíla Maior
Todos somos irmãos, constituindo uma família só, perante o Senhor; mas, até alcançarmos a fraternidade suprema, estagiaremos, através de grupos diversos, de aprendizado em aprendizado, de reencarnação a reencarnação.
Temos, assim, no cotidiano, a companhia daquelas criaturas que mais entranhadamente se nos associam ao trabalho, chamem-se esposo ou esposa, pais ou filhos e parentes no Lar doméstico. Temos também os companheiros, os colegas no Trabalho, etc, na Família Maior. E, por muito se nos impessoalizem os sentimentos, somos defrontados em família pelas ocasiões de prova ou de crises, em que nos inquietamos, gastando tempo e energia para vê-los na trilha que consideramos como sendo a mais certa.
Se já conquistamos, porém, mais amplas experiências, é forçoso, a fim de ajudá-los, cultivar a bondade e a paciência com que, noutro tempo, fomos auxiliados por outros. Suportamos dificuldades e desacertos para atingir determinados conhecimentos, atravessamos tentações aflitivas e, em alguns casos, sofremos queda imprevista, da qual nos levantamos somente à custa do amparo daqueles que fizeram da virtude não uma alavanca de fogo, mas sim um braço amigo, capaz de nos compreender e de nos sustentar Lembremo-nos, sobretudo, de que os nossos entes amados, assim como os nossos outros irmãos, são consciências livres, quais nós mesmos. Se errados, não será lançando condenação que poderemos reajustá-los; se fracos, não é aguardando deles espetáculos de força que lhes conferiremos valor; se ignorantes, não é lícito pedir-lhes entendimento sem administrar-lhes educação; e, se doentes, não é justo esperar que testemunhem comportamento igual ao da criatura sadia sem, antes, suprimir-lhes a enfermidade.
Em qualquer circunstância, é necessário observar e observar sempre que fomos transitoriamente colocados em regime de intimidade, a fim de aprendermos uns com os outros e amparar-nos reciprocamente, tanto no Lar doméstico quanto na Família Maior. À vista disso, quando o mal se nos intrometa, evitemos desespero, irritação, desânimo e ressentimento, que não oferecem proveito algum, e sim recorramos à Prece, rogando à Providência Divina nos conduza e nos inspire através dos seus emissários; isso para que venhamos a agir, não conforme os nossos caprichos, e sim de conformidade com o amor que a vida nos preceitua, a fim de fazermos o Bem que nos compete fazer – Livro ”Estude e Viva”, Cap.15.
II.3 – Deveres na Seara Doméstica
A luta em família é problema fundamental da Redenção da Humanidade na Terra. Como ser Benfeitor ou Guia, se ainda não foi aprendida a lição de cuidar de cinco ou dez criaturas?
Assumir compromissos na Paternidade e na Maternidade constitui engrandecimento do Espírito, sempre que o homem e a mulher lhes compreendam o caráter divino.
Se o “Direito” é campo de elevação, aberto a todos, o “Dever” é a zona de serviço peculiar a todos os seres da criação.
Em Família
São numerosos os casos de irmãos que se sentem sozinhos, espiritualmente, entre os que se lhes agregam ao círculo pessoal através dos laços consanguíneos, entregando-se por isso a lamentável desânimo.
É imprescindível, contudo, examinar a transitoriedade das ligações corpóreas, ponderando que não existem uniões casuais no lar terreno, no qual preponderam as provas salvadoras ou regeneradoras, e que não devem ser ignoradas para não se cometer falta grave no próprio trabalho iluminativo.
Antes da grande projeção pessoal na obra coletiva, o discípulo deve aprender a cooperar em favor dos familiares, aprendendo que semelhante esforço representa a realização necessária a própria evolução.
Pais
Os Espíritos encarnados, na função de pai, precisam compreender a complexidade e a grandeza do trabalho que lhe assistem, desprezando os prazeres envenenados ou a perseguição à fantasia ruinosa.
Os filhos são as obras preciosas que o Senhor lhes confiou, solicitando-lhes a cooperação amorosa e eficiente. Receber encargos desse teor é alcançar nobres títulos de confiança. Por isso, criar os filhos e os aperfeiçoar não é tarefa fácil de ser executada.
Filhos
Os filhos, tal como os pais, necessitam vigiar a si mesmos, com singular atenção, visto que na mocidade costumam criar rumos caprichosos, desdenhando sagradas experiências de quem os precedeu no desdobramento das realizações terrestres. Findo o sonho, costumam voltar, geralmente desanimados, ao mesmo ponto de partida, até que o sofrimento ou a madureza dos anos lhe restaurem a compreensão da vida.
Os filhos estão marcados por divinos deveres, junto daqueles aos quais foram confiados pelo Supremo Senhor, na senda humana. É indispensável prestar obediência aos progenitores, dentro do Espírito do Cristo, porque semelhante atitude é mais do que justa.
Mesmo que os pais se furtem à claridade do progresso espiritual, por escolherem o estacionamento em zonas inferiores, não é justo que os filhos os releguem ao próprio infortúnio.
O filho descuidado de hoje, ocioso ou perverso, será o pai inconsciente de amanhã e se comportará como o homem inferior que não fruirá a felicidade doméstica.
Vida Conjugal
As tragédias da vida conjugal, ocorrem por diferentes motivos, muitos dos quais são injustificáveis nos lares formados sobre as escolas da fé, nos círculos da Fé Cristã. Os conjugues, com o Divino Mestre Jesus, acolhem, acima de tudo, as doces exortações da fraternidade.
Muitas vezes os sonhos se desfazem ao toque das provas salvadoras, dentro dos ninhos afetivos, construídos na árvore da fantasia. O casal pede flores celestes sobre espinhos terrenos e é incapaz de adotar atitudes e diretrizes de modo a não converter o matrimônio em instituição detestável.
O Cristão não pode ignorar a transitoriedade das experiências humanas. Deve-se buscar, junto com Jesus, o lado útil e santo da tarefa, de modo que a esperança seja a lâmpada acessa no caminho.
Tua esposa mantém-se em nível inferior à tua expectativa? Lembra-se de que ela é mãe de seus filhinhos e serva de suas necessidades. Seu esposo(a) é ignorante e cruel? Não olvides que ele é o companheiro(a) que o Pai Santíssimo lhe concedeu – Livro ”Pão Nosso”, Cap.117; Livro: Vinha de Luz, Caps 135/136/137.
Caso deseje, você também pode baixar este artigo em formato de pdf clicando no botão abaixo: