Versão Moderna da Parábola dos Talentos – I

Compilação baseada no Cap.33 – Lembrando a Parábola, Livro: Luz Acima, Humberto de Campos e Chico Xavier, FEB, 1948.

Tema Principal – Versão Moderna da Parábola dos Talentos

Ao enviar três servos, do mundo espiritual, de sua absoluta confiança, para reencarnarem na Terra, na qual trabalhavam outros de seus servidores em diferentes degraus de virtudes e de sabedoria, louvando a sua grandeza divina e misericordiosa, o Supremo Senhor chamou-os à sua presença e distribuiu entre eles preciosos Dons.

Ao primeiro entregou cinco Talentos, notificando: Conduzes contigo estes Dons, que são os tesouros da Alegria e da Prosperidade. São eles a Saúde, a Riqueza, a Habilidade, o Discernimento e a Autoridade. Multiplica-os, onde fores, em benefício dos meus filhos que são teus irmãos, que estão em situação bem inferior à tua, avergados ao solo do planeta. Levarás as minhas bênçãos para que se esforçem mais intensamente pela vida espiritual.

Ao segundo servidor passou dois Talentos, acentuando: Transporta contigo estas duas preciosidades, que se dirigem ao Esclarecimento e ao Auxílio do mundo a que te diriges. São ambas, a Inteligência e o Poder. Estende estes patrimônios respeitáveis às minhas construções eternas.

Finalmente ao terceiro servidor, confiou apenas um Talento, aclarando de modo cuidadoso: Apossa-te desta lâmpada sublime e a segue. É a Dor, Dom Celeste, para a iluminação espiritual da humanidade.

Acende-a em teu campo de trabalho, em favor de ti mesmo quando encarnado e dos seus irmãos. Seus raios abrem acessos aos Tabernáculos Divinos.

Em seguida disse aos três colaboradores que os aguardaria para os respectivos acertos de contas.

O tempo correu célere e eis que o Supremo Senhor recebe os três servidores, já desencarnados, no seu Pórtico de Luz e de Amor, esperançoso com os resultados obtidos.

O primeiro dos servidores se adianta, e respeitosamente, lhe mostra os resultados obtidos, dizendo-lhe que entregava as Dádivas multiplicadas. Deste-me cinco e lhe devolvo dez, de modo que o teu Plano de júbilo e Evolução foi por mim executado:

  • Respeitando a Saúde adquiri o Tempo
  • Espalhando a Riqueza aliciei a Gratidão
  • Usando a Habilidade desenvolvi a Estima
  • Movimentando o Discernimento conquistei o Equilíbrio
  • Distribuindo a Autoridade em teu nome ganhei a Ordem

O Senhor então lhe diz que devido ao desenvolvimento obtido, lhe daria a intendência de novos serviços na Casa Planetária (Outros Mundos no Universo).

O segundo dos servidores se adianta, e também respeitosamente, lhe mostra os resultados obtidos, dizendo-lhe que também entregava as Dádivas multiplicadas. Deste-me duas e lhe devolvo quatro, de modo que a tua expectativa de Instrução e de Ajuda sob as minhas responsabilidades foram atendidas:

  • Elevando a Inteligência obtive o Trabalho
  • Submetendo o Poder à tua sábia vontade obtive o Progresso

O Senhor então lhe diz que como conseguiu muito desenvolvimento no pouco que recebeu, lhe daria muitos novos serviços na Casa Planetária.

Por último, o terceiro servidor se acerca do Senhor, lhe devolvendo intacto o único Dom recebido, notificando-lhe que: Senhor, recolhe de volta esta indesejável herança que me deste. Sei que és austero e exigente, que colhes o que não semeastes e que ordenas por toda a parte. Ao experimentar enorme dificuldade para suportar a carga que tinha nos ombros e temendo o teu juízo, escondi este Dom, que é um fardo difícil de carregar. Constituiu-se de desagradáveis recordações por onde passei, estorvando-me os desejos e, de modo algum desejaria possui-lo outra vez. É impossível obter lucros ou vantagens com semelhante obstáculo, e deste modo estou lhe devolvendo este estranho e insuportável depósito.

O Todo-Poderoso então lhe contempla, de modo triste, e lhe fala energicamente: Servo mau e infiel, como poderia multiplicar a minha Benção se nem ao menos te deste ao esforço de examina-la. Como iluminar o caminho se mantiveste a lâmpada apagada? Tua ociosidade transformou algumas gramas de serviço benéfico em toneladas de angústias que doravante pesarão sobre ti. Criaste fantasmas que nunca existiram, multiplicastes preocupações e receios que te levaram a gritar e a espernear como simples tolo, no avançado círculo das minhas obras. Por fim atiraste o tesouro ao pântano do desespero e da revolta, e vens comentar o temor e o zelo que minha presença te infunde, quando foste tão somente preguiçoso e insensato. A Dor era a tua oportunidade sagrada e única de iluminação ao próprio caminho, para que a tua claridade amparasse os companheiros de luta regenerativa e salutar. Repeliste o Dom que te confiei. Volta, portanto, à sombra e à desesperação que abraçaste.

O servo, que se perdera pela imprevidência e inconformação, somente entendeu o sublime valor da lâmpada do sofrimento quando se viu sozinho e desemparado nas trevas exteriores → notar que o terceiro servo, assim como os outros dois, já se encontrava desencarnado, e que devido a sua falta de fé e trabalho, acaba indo para as regiões trevosas do planeta (Umbrais Inferiores), tendo que reaprender o caminho novamente através de reencarnações de dores e expiações, para desenvolver as qualidades que lhe estão faltando. O mergulho do Espírito na carne é sempre uma oportunidade de correção e aprendizado, e nunca de sofrimento sem fim, pois Deus é um Pai de Misericórdia, de Justiça e de Amor, que deseja o constante aperfeiçoamento de seus filhos nos diferentes atributos que lhes são inerentes.

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