Compilação baseada, de modo resumido, no Cap.31 – Sementeira e Colheita e no Cap.32, Doentes e Doenças, Livro ” Estante da Vida “, Humberto de Campos e Chico Xavier, FEB, 1969.
Tema Principal – A Reforma Íntima
I – Introdução
A Espiritualidade jamais abandona o homem em suas provas de depuração e de correção, devido aos desatinos cometidos em vidas passadas. Sempre existe um Espírito Benfeitor que sugere modificações em sua conduta na atual reencarnação, de modo a livra-lo de maiores males, com consequente agravamento de sua dívida.
De um modo geral, no desdobramento ocasionado pelo sono, estes Benfeitores orientam e propõe modificações nas atitudes, de modo a tentar executar uma reforma íntima em seus tutelados → contudo, o tutelado precisa ter uma consciência e firmeza de caráter para adotar estas sugestões, sem as quais tende a piorar o seu estado físico-mental dia após dia.
Estes dois relatos de Humberto de Campos, psicografados por Chico Xavier, tratam deste tema.
II- Sementeira e Colheita
Neste texto, o Benfeitor Espiritual de um homem, viciado em bebidas, o visita frequentemente e tenta em várias oportunidades sugerir-lhe que se afaste deste triste vício, quando o mesmo se desprendia parcialmente do corpo físico durante o sono, com diálogos do tipo:
- Arrepende-te e recorras à Bondade Divina. Aproveites o tempo e não adies a própria renovação. Um corpo terrestre é ferramenta preciosa com que a alma deve servir na Oficina do Progresso. Não menospreze as próprias forças;
- Atenda. Não fuja a responsabilidade. A passagem pela Terra é valioso recurso para a ascensão do Espírito. O tempo é um crédito que teremos que dar conta. Apela para a compaixão do Senhor. Modifica-te, modifica-te;
Após anos de tentativas infrutíferas, nas quais o viciado sempre prometia que iria se corrigir, para em seguida recair em zona escura após cada copinho da bebida, o infeliz se reconhece doente e abatido, com a moléstia se instalando desapiedadamente em seu corpo, inclinando-lhe os passos para o desfiladeiro da morte.
O viciado incapaz de soerguer-se, ora fervorosamente, e modificado pela dor, tenta um milagre para recuperar-se e continuar a viver. Subitamente, durante um destes instantes de afastamento do corpo físico, reencontra seu Benfeitor Espiritual e lhe suplica ajuda: Anjo abnegado, transformai-me, pois sou um novo homem. Estou arrependido e reconheço os meus erros, estando disposto a tudo fazer para redimir-me. Recorro à piedade do nosso Pai Todo-Compassivo, de vez que pretendo alcançar o futuro na feição do servidor desperto para as elevadas obrigações que a vida me conferiu.
O Benfeitor Espiritual abraça-o ternamente e exclama: Bem-Aventurado sejas. Doravante estarás libertado desta perniciosa influência que até agora te obscureceu a visão. Abençoado porvir sorrirá ao teu destino. Renda graças ao Pai Misericordioso.
O viciado, agora um doente em estado grave, retoma ao corpo, de coração aliviado, com a Luz a lhe clarear a alma. Porém, com o decorrer do tempo os padecimentos orgânicos recrudesciam, não tendo a medicina os recursos compatíveis para minimizar-lhe os sofrimentos. Deste modo, entra novamente em profunda oração, e durante um novo desdobramento, encontra-se novamente com o Benfeitor Espiritual, quando então lhe dirige a palavra: Anjo amigo, o Todo-Misericordioso não se compadece de mim? Estou renovado, ao alterar totalmente os meus rumos.
Porque tamanhas provas?
O Anjo Guardião afaga-o ternamente e lhe diz: Acalma-te. O sincero reconhecimento de nossas faltas é força limitadora do mal em nós e fora de nós, mas não opera reviravoltas nas Leis Divinas. O Amor infinito de Deus nos descerra fulgurantes caminhos à própria evolução. Todavia, a Justiça Divina do nosso Pai determina que venhamos a receber, invariavelmente, segundo as nossas próprias obras. Vale-te do Perdão Divino que, por resposta do Divino Mestre às tuas rogativas, é agora aguçada em tua alma um anseio de um desejo reparador, de ajuste e de renovação, mas não olvides o dever de destruir os espinhos que ajuntastes por pura imprudência → o arrependimento não cura as afecções do fígado, assim como o remorso edificante de um homicida não remedeia a chaga aberta pela lâmina insensata. Aproveita a enfermidade que te pacifica o sentimento e usa a tolerância dos Céus como um novo compromisso de trabalho em favor de ti mesmo.
Ao despertar, face às exigências da carne, após recompor-se mentalmente no corpo fatigado, embora gemesse sob a flagelação regeneradora, chorava e ria, feliz da vida por ter encontrado a misericórdia nos desígnios do Altíssimo.
III – Doentes e Doenças
O texto relata o comparecimento de um grupo de Benfeitores Espirituais, em treinamento, em visita a um Hospital, com o objetivo de acompanhar o tratamento de quatro irmãos encarnados em sofrimento e ministrar-lhes passes magnéticos curativos.
- Doente número um, com dispneia, rogava em voz baixa: Valei-me Senhor, ó meu Jesus, ai meu Jesus, socorreime, ó Divino Salvador. Curai-me e já não desejarei no mundo outra coisa senão servi-vos;
- Doente número dois, com dores abdominais, rogava contorcido: Ó meu Deus, meu Deus, tende misericórdia de mim. Concedei-me a saúde e procurarei exclusivamente a vossa vontade;
- Doente número três, com cólicas renais, que tartamudeava ao impacto de pesado suor: Piedade Jesus, salvai-me. Tenho mulher e quatro filhos. Salvai-me e prometo-lhe ser fiel até a morte;
- Doente número quatro, que carregava pesada crise de artrite reumatóide: Jesus, Jesus, ó Divino Médico, atendei-me, amparai-me, dai-me a saúde, Senhor, e dar-vos-ei a minha vida.
O Orientador do grupo de Benfeitores Espirituais, sem ter pedido autorização ao Espírito Diretor do Hospital, profundo conhecedor que era de ondas e fluidos espirituais, inicia uma série de operações espirituais, de modo que consertou vísceras, sanou disfunções, renovou células, etc. Em seguida a estas operações espirituais, todos estavam plenamente recuperados, de modo que este pequeno grupo de Benfeitores Espirituais entra em oração e agradece ao Divino Mestre a possibilidade de transferir aos doentes as suas bênçãos reparadoras de saúde.
No dia seguinte, após acordarem e verem que estavam praticamente curados de seus males, os doentes tornaram-se impacientes pelas suas respectivas altas, chegando a quase a agredir as enfermeiras e assistentes, além de telefonarem para seus parentes, ameaçando-os relativamente a questões de ordem financeira, avisando-os que estavam tendo alta e que não seguiriam diretamente para residência (visita a casas de diversão e jogos), etc, além de reclamarem de modo desrespeitoso do café servido. Instalara-se uma verdadeira Torre de Babel na Enfermaria, com o grupo de Benfeitores Espirituais atônitos com o ocorrido, quando o Diretor Espiritual do Hospital penetra a Enfermaria e após ouvir as explicações dos membros do grupo, esclarece bem humorado: Houve um grande engano por parte de vocês ao não me consultarem e nem tampouco as fichas espirituais dos pacientes. Nossos irmãos ainda não se acham habilitados para o retorno à saúde, com o êxito desejável. É portanto, imperioso, reduzir drasticamente as taxas de melhoras efetuadas → sem maiores delongas, o Diretor Espiritual do Hospital poda as energias cedidas, diminui recursos fluídicos, interfere em centros orgânicos, etc. Deste modo ao final de suas intervenções, quase que abruptamente, os doentes retornam ao seu estado anterior de saúde, com as mesmas dores e mazelas contraídas ao longo das suas respectivas vidas atuais em reparação aos erros de vidas passadas → Diretor Espiritual do Hospital: Foram restituídos aos seus estados de saúde anterior para que não lhes venham a ocorrer coisas piores.
IV – Conclusões
- A Espiritualidade sempre está presente, de uma forma ou de outra, na vida do Espírito encarnado, como mostrado nestes dois belos textos de Humberto de Campos e Chico Xavier;
- A Espiritualidade é que sempre definirá o nível do estado de saúde do doente, baseado em sua própria Reforma Íntima, de modo a que “não lhe aconteça coisas piores”;
Caro Irmão, não espere e não exija milagres no Centro Espírita. Lembre-se que os Médiuns, Guias Espirituais e demais trabalhadores, nos dois planos, são Espíritos em aperfeiçoamento como você. Procure frequentar o Centro Espírita mais assiduamente, lendo os livros do Pentateuco Kardequiano em casa. Ao tomar o Passe procure se manter conectado a Espiritualidade Superior, eliminando todo e qualquer tipo de pensamento negativo.
Lembre-se de que a Espiritualidade sempre faz a parte dela, compete, porém, única e exclusivamente de você, querer e estar preparado para receber estes benefícios, através da sua verdadeira Reforma Íntima, tendo um comportamento digno para com você mesmo e para com o “Próximo” no seu dia a dia.
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