VI – Características dos Orixás na Umbanda Sagrada e na Umbanda Esotérica
VI.7 – Iemanjá e Omulu → Umbanda Sagrada
7º Trono (Linha) – Geração
- Orixá Irradiador: Iamanjá → Fator: Gerador
- Orixá Absorvedor: Omulu → Fator: Paralizador
- Yemanjá: Ye → Mãe, Princípio Gerante; Man → O Mar, A Água, Lei das Almas; Yá → Matriz, Maternidade.
Portanto Yemanjá significa “A Senhora da Vida”
Mãe Iemanjá
Mãe Iemanjá é a Divindade que responde ao Mistério da Geração, da criatividade e de tudo o que se faz novo. Transformar-se é com Obaluayê, encerrar um ciclo é com Omolu, fazer o novo gerar de si mesmo trazendo nova alvorada, refresco, esperança e determinação para voltar a escrever sua história, é com a Mãe Iemanjá.
Mãe Iemanjá é a Orixá dona das águas salgadas. Iemanjá é o Trono feminino da Geração e seu campo preferencial de atuação é no amparo à maternidade.
O fato é que o Trono Essencial da Geração assentado na Coroa Divina projeta-se e faz surgir, na Umbanda, a Linha da Geração, em cujo polo magnético positivo está assentada a Orixá Natural Iemanjá, e em cujo polo magnético negativo está assentado o Orixá Omulu.
Iemanjá, a nossa amada Mãe da Vida é a “Água” que vivifica e o nosso amado Pai Omulu é a “Terra” que amolda os “Viventes”.
Iemanjá rege sobre a Geração e simboliza a maternidade, o amparo materno, a Mãe propriamente.
Representa também a cura, a transformação e a transmutação.

Fig.35 – Representações para N. Sra. das Candeias, N. Sra. dos Navegantes – Mãe Iemanjá
Qualidades
Sinônimo de maternidade e amparo a vida, esta Orixá representa fator gerador da onda divina da criatividade e geração. Dela se irradia o magnetismo capaz de dar a vida, mantê-la e protegê-la.
A Linha de Iemanjá é também conhecida como a linha do Povo d’Água. Iemanjá significa a energia geradora, a Divina Mãe do Universo, o eterno feminino, a Divina Mãe na Umbanda. As Entidades dessa Linha gostam de trabalhar com água salgada, fixando vibrações, de maneira serena.
Seus pontos cantados possuem um ritmo muito bonito, falando sempre no mar e em Orixás desta Linha.
O fato é que o Trono Essencial da Geração assentado na Coroa Divina projeta-se e faz surgir, na Umbanda, a linha da Geração, em cujo polo magnético positivo está assentada a Orixá Natural Iemanjá, e em cujo polo magnético negativo está assentado o Orixá Omulú.
Iemanjá, a nossa amada Mãe da Vida é a Água que vivifica e o nosso amado pai Omulú é a Terra que amolda os Encarnados.
Atributos
Iemanjá é o Trono feminino da Geração e seu campo preferencial de atuação é no amparo à maternidade.
Iemanjá é a Orixá Regente da Geração e simboliza a maternidade, o amparo materno, a mãe própriamente. Ela se projeta e faz surgir sete polos magnéticos ocupados por Sete Iemanjás intermediárias (Orixás de Primeiro Grau), que são as Regentes dos Sub- níveis vibratórios positivos e são as aplicadoras de seus aspectos, todos positivos, pois Iemanjá não possui aspectos negativos.
Estas Sete Iemanjás de Primeiro Grau são intermediárias e comandam incontáveis Linhas de Trabalho dentro da Umbanda e estão espalhadas por todos os níveis vibratórios positivos, onde atuam como Mães da “Criação”, sempre estimulando nos Seres os sentimentos maternais ou paternais.
Todas atuam a nível Multidimensional e projetam-se também para a Dimensão Humana, onde têm muitas de suas filhas estagiando.
Todas têm suas Hierarquias de Orixás Iemanjás intermediadoras, que regem Hierarquias de Espíritos ligados às Hierarquias Naturais.
Atribuições
Iemanjá possui os atributos da água salgada, sendo o motivo para a sua associação aos mares no Novo Mundo. Com o sincretismo de outras Divindades e de influências europeias, foi imbuída de inúmeros atributos e poderes em uma grande variedade de cultos. O seu Arquétipo Maternal consolidou-se sobretudo como Mãe de todos os Orixás. Iemanjá, “representa o poder progenitor feminino; é ela que nos faz nascer”, “Divindade” que é “Maternidade Universal, a Mãe do Mundo”.
Senhora da Calunga Grande (Mar), Protetora da Família, grande absorvedora das Energias Negativas.
Resumo
- Linha: Aquática
- Pedra: Diamante, água marinha, madre pérola
- Irradiação: Geração
- Vela/Cor: Azul claro, prata
- Sincretismo: N. Sra. das Candeias e dos Navegantes
- Saudação: Adoce aba!
- Ponto de Força: Praia
- Data comemorativa: 08/12
- Rainha soberana dos mares e oceanos, a mãe de todos os Orixás. É a protetora dos pescadores e todos aqueles que têm as vidas ligadas ao mar. Sincretizado com Nossa Senhora da Conceição e Nossa Senhora dos Navegantes.
- Essa linha é também conhecida como Povo d’Água. Iemanjá significa a energia geradora, a Divina Mãe do Universo, o eterno feminino, a Divina Mãe na Umbanda. As Entidades dessa Linha gostam de trabalhar com água salgada ou do mar, fixando vibrações, de maneira serena. Seus pontos cantados têm um ritmo muito bonito, falando sempre no mar.
- Dia: Sábado
- Cor: Branco, prata, azul e rosa
- Elemento: Água
Ervas
Jarrinha, rama de leite, cana do brejo, algas marinhas, flores branca de qualquer espécie, betis cheiroso, alfavaquinha, aguapé, camélia, folha da costa, jasmim, lágrima de Nossa Senhora, macaça, malva branca, taioba branca, erva de bicho, buchinha do norte, alho, alfazema, anis estrelado, rosa branca, camomila flor, manjericão, erva de Sta Maria, mentruz, hibisco flor, manjerona, mulungu casca / raiz, noz moscada, margarida, sensitiva , hortelã, erva cidreira, saia de Iemanjá, alfazema, folha de incenso, verbena, colônia.
Oferendas
Velas branca, azul claro e prata, champanhe branca, calda de ameixa, manjar, arroz doce, pêssego em calda, melão, uva Itália, pera, rosas brancas, palmas brancas. Pode oferendá-la à beira mar.

Fig.36 – Oferendas para Iemanjá
Prece de Proteção para Iemanjá
Divina Mãe, protetora dos pescadores e que governa a humanidade, dai-nos proteção.
Oh, doce Iemanjá, limpai as nossas auras, livrai-nos de todas as tentações.
És a força da natureza, linda Deusa do Amor e bondade (fazer o pedido).
Ajude-nos descarregando as nossas matérias de todas as impurezas e que a vossa Falange nos proteja, dando-nos saúde e paz.
Que assim seja feita a vossa vontade.
Salve, Mãe Iemanjá.
Prece de Benção e para abrir Caminhos
Óh soberana Mãe das águas, venha a mim nesse momento de aflição, com minha Fé e devoção acendo esta vela, (acenda uma vela azul) para iluminar meus pedidos e caminhos. Ó mãe Iemanjá, assim como controla a força das águas, venha e ajude-me no que eu necessito, (fazer o pedido). Com seu manto azul perolado, cubra a minha vida de alegrias e todos aqueles que me estão ao redor e aos que pensam ser meus inimigos, a estes, Mãe soberana, mude-lhe os pensamentos para que tornem-se dignos e lhes tire o ódio do coração. Ajude a resolver o que me aflige e me acompanhe nesta jornada para que males não me alcancem. Óh soberana Mãe Iemanja, desde já lhe agradeço, pois tenho Fé que estarás comigo.
Salve, Mãe Iemanjá.
Fonte: Terra
Prece de Benção e para abrir Caminhos
Amada Mãe Iemanjá, humildemente lhe suplicamos, para que receba nossas preces de agradecimento e reconhecimento por todo seu Amor e dedicação. Que suas ondas nos façam sentir seu amor de Mãe e, assim, possa nos aliviar de todos os males.
Que, quando nos tocarem, suas ondas limpem nossos corações de toda maldade e inveja; e levem, então, pra longe tudo e todos que possam nos querer mal; nos preenchendo com a plenitude de seu Amor por seus filhos.
Que suas águas sagradas, nos tragam sua proteção e nos blindem contra todo desafeto ou falsa amizade; e, assim, nos faça enxergar a falsidade e a maldade que nos ronda; e limpe nosso lar e nossas famílias, para que haja mais harmonia, amor, paz e solidariedade no convívio de nosso Lar.
Limpe e proteja os nossos Corpos, Físico e Astral, de todas as Doenças Físicas, Espirituais e Mentais, para que, estando sadios e sãos; tenhamos a força necessária para seguir em frente, rumo aos nossos sonhos.
Que a riqueza de seus mares se reflita em nossa vida profissional e financeira; de modo que abra nossas mentes e nossos caminhos para alcançar prosperidade e fartura em nossas vidas.
Por fim, Oh Mãe de todas as cabeças, afaste a vaidade, a ganância e a inveja de nossos corações; para que tenhamos mais humildade para aceitar o que não podemos mudar; e compreensão de que a realização de nossos sonhos e planos exigem de nós, não só Fé; mas também esforço e perseverança; e traga-nos paz e conforto; nos inspirando a cultivar o perdão e o amor fraternal que deve existir entre todas as pessoas.
Com humildade e sinceridade, lhe agradecemos toda proteção e carinho de mãe; que está sempre nos dando o conforto de estar sob seu manto e sob sua proteção.
Salve, Oh Doce e Suave Mãe Iemanjá.
Fonte: Raízes Espirituais
Omulu
Omulu é o Orixá masculino, Regente da Linha da Geração. Omulu envolve a transformação moral e o encerramento de ciclos. Seu ponto de força na natureza são os cemitérios e o fundo do mar.
Assentado na onda divina da criatividade e geração, ao qual entendemos como a Sétima Linha de Umbanda Sagrada, Omulú corresponde ao fator paralisador e faz par com Mãe Iemanjá nessa onda divina.
Omulú é a Terra, e Iemanjá a Água. Poderíamos pensar nestes dois Orixás como opostos, mas se levarmos em consideração nosso ciclo vital, entendemos que na verdade, eles se complementam.
A morte, que dá lugar a uma nova forma de vida, que desliga uma realidade para que outra se inaugure, que nos coloca perante aos nossos medos e inseguranças, e é aquela que também faz parte de um ciclo, de vários ciclos reencarnacionistas, da nossa vida e por sua vez, é o mistério regido por Pai Omulú.
Assim como se processam todas nossas ações aqui na Terra, também se dá a regência desse Orixá. Uma fase precisa terminar para que uma nova faça surgir, uma etapa precisa ser concluída para que outra seja alcançada.
Pai Omulú traz o assombro da morte para alguns (o que é natural), mas podemos dizer que ele também traz a incerteza do novo, do desconhecido e também, por essa razão, é tão temido.
Seu magnetismo está presente em todos os sentidos da vida, ou seja, para cada indivíduo que não esteja caminhando para uma vida harmoniosa consigo e com os demais, o Orixá vai agir paralisando seus sentidos e esgotando esses sentimentos e isso vai se proceder em todos os mistérios, Fé, Amor, Lei e etc.
Se Iemanjá gera a vida, Omolú é responsável pelo fim, o término. Em muitos terreiros Omulú é cultuado junto com Obaluaê como se fosse o mesmo. Não importa se você cultua separado ou junto, são dois mistérios muitos entrelaçados porque Obaluaê é a passagem, Omolu é a morte.
Por essa regência, o Cruzeiro das Almas é onde seu magnetismo vibra com mais intensidade. Pai Alexandre Cumino explica também que “todo Cemitério tem um Cruzeiro, o lado direito do Cruzeiro pertence a Obaluaê e o lado esquerdo pertence a Omulú, não que ele seja o Orixá da esquerda, mas energeticamente Obaluaê está na direita (Universal/Agregador) e Omolú na esquerda (Retificador/Paralisador)”.
Pai Obaluaê rege o Mistério da Transmutação e Omulú é o Senhor do Fim, Senhor da Morte e por debaixo de sua palha o que se revela é um esqueleto. Ele é o Guardião do Campo Santo, dos Espíritos Caídos e do Povo da Calunga.

Fig.37 – Representações para Omulú e São Roque
Qualidades
Desta forma, entende-ses também que Pai Omulú é o Orixá da morte em seu sentido mais profundo, que está di-fundido na ideia e no conceito de término, de fim e de paralisar os desvios, dando passagem para que o novo (Ie-manjá) possa se cumprir.
Omulú protege a vida de mal agouros, de doenças e muito menos em desgraças. O Dia de Finados é dedicado aos nossos Antepassados, as Santas Almas e a regência de Pai Omulú em nossas vidas.
O Orixá Omulú é o Guardião Divino dos Espíritos caídos que fraquejaram durante sua jornada carnal e entrega-ram-se a fraqueza dos seus dos seus vícios emocionais e físicos. Mas ele não pune ou castiga ninguém, pois estas ações são atributos da Lei Divina, que também não os pune ou castiga. Apenas conduz cada um ao seu devido lu-gar após o desencarne. E se alguém semeou ventos, que colha sua tempestade pessoal, mas amparado pela pró-pria Lei, que o recolhe a um dos sete domínios negativos, todos regidos pelos Orixás Cósmicos, que são magnética-mente negativos.
E Tatá Omulú é um desses Guardiões Divinos que consagrou a si e à sua existência, enquanto divindade, ao ampa-ro dos Espíritos caídos perante as leis que dão sustentação a todas as manifestações da vida.
Esta qualidade divina Pai Omulú foi interpretada de forma incorreta ou incompleta, e o que definiram no decorrer dos séculos foi que Tatá Omulú é um dos Orixás mais “perigosos” de se lidar, ou um dos mais intolerantes, e isto quando não o des-crevem como implacável nas suas punições.
Ele, na linha da Geração, que é a Sétima Linha de Umbanda, forma um par energético, magnético e vibratório com nossa amada mãe Iemanjá, onde ela gera a vida e ele paralisa os seres que atentam contra os princípios que dão sustentação às manifestações da vida. Em Tatá Omulú descobre-se o amor de Olorum, pois é por puro amor que uma divindade consagra-se por inteiro ao amparo dos Espíritos caídos.
É por puro amor a nós que ele assumiu a incumbência de nos paralisar em seus domínios, sempre que se começa atentar contra os princípios da vida. Enquanto a nossa mãe Yemanjá estimula em nós a geração, o nosso pai Omulú nos paralisa sempre que desvirtuamos os atos geradores.
Mas esta “geração” não se restringe só à hereditariedade, já que temos muitas faculdades além desta, de fundo sexual. Afinal, geramos idéias, projetos, empresas, conhecimentos, inventos, doutrinas, religiosidades, anseios, desejos, angústias, depressões, fobias, leis, preceitos, princípios, templos, etc.
O Homem possui a capacidade de gerar muitas coisas, e se elas estiverem em acordo com os princípios sustenta-dos pela irradiação divina, que na Umbanda recebe o nome de “linha da Geração” ou “Sétima Linha de Umbanda”, então estamos sob a irradiação da divina Mãe Yemanjá, que os estimula.
Caso o Homem se volte contra os princípios da vida, codificados como os responsáveis pela sua multiplicação, então já estará sob a irradiação do Divino Pai Omulú, que o paralisará e começará a atuar na sua vida, pois deseja preserva-los e defende-lo de si próprio, já que sempre que uma ação for prejudicar alguém, antes de ser executada ela já o atingiu, feriu e o escureceu, colocando-o em um de seus sombrios domínios.
Ele é o excelso curador divino pois acolhe em seus domínios todos os Espíritos que se feriram quando, por egoísmo, pensaram que estavam atingindo seus semelhantes. E, por amor, ele fornece o seu amparo divino até que, sob sua irradiação, o próprio Homem se cure e retorne ao caminho reto trilhado por todos os Espíritos amantes da vida e multiplicadores de suas benesses.
Atributos
Todos somos dotados dessa faculdade, já que todos somos multiplicadores da vida, seja em nós mesmos, através de nossa sexualidade seja nas idéias, através de nosso raciocínio, assim como geramos muitas coisas que tornam a vida uma verdadeira dádiva divina. Tatá Omulú, em seu pólo positivo, é o curador divino e tanto cura alma ferida quanto nosso corpo doente. Se orarmos a ele quando estivermos enfermos ele atuará em nosso corpo energético, nosso magnetismo, campo vibratório e sobre nosso corpo carnal, e tanto poderá curar-nos quanto nos conduzir a um médico que detectará de imediato a doença e receitaria medicação correta.
O Orixá Omulú atua em todos os seres humanos, independente de qual,seja a sua religião. Mas esta atuação geral e planetária processa-se através de, uma faixa vibratória especifica e exclusiva, pois é através dela que fluem as irradiações divinas de um dos mistérios de Deus, que nominamos de “Mistério da Morte”. Tatá Omulú, enquanto força cósmica e mistério divino, é a energia que se condensa em torno do fio de prata que une o espírito e seu corpo físico, e o dissolve no momento do desencarne ou passagem de um plano para o outro.
Neste caso ele não se apresenta como o espectro da morte coberto com manto e capuz negro, empunhando o alfanje da morte que corta o fio da vida. Esta descrição é apenas uma forma simbólica ou estilizada de se descrever a força divina que ceifa a vida na carne. Na verdade, a energia que rompe o fio da vida na carne é de cor escura, e tanto pode parti-lo num piscar de olhos quando a morte é natural e fulminante, como pode ir se condensando em torno dele, envolvendo-o todo até alcançar o espírito, que já entrou em desarmonia vibratória porque a passagem deve ser lenta, induzindo o ser a aceitar seu desencarne de forma passiva.
O Orixá Omulú atua em todas as religiões e em algumas é nominado de “Anjo da Morte” e em outras de divindade ou “Senhor dos Mortos”. No antigo Egito ele foi muito cultuado e difundido e foi dali que partiram sacerdotes que o divulgaram em muitas culturas de então. Mas com o advento do Cristianismo seu culto foi desestimulado já que a religião cristã recorre aos termos “anjo” e “arcanjo” para designar as divindades. Logo, nada mais lógico do que recorrer ao arquétipo tão temido do “Anjo da Morte”, todo coberto de preto e portando o alfanje da morte, para preencher a lacuna surgida com o ostracismo do Orixá ou divindade responsável por este momento tão delicado na vida dos seres.
O culto a Tatá Omulú surgiu entre os negros levados como escravos ao antigo Egito, que o identificaram como um orixá e o adaptaram às suas culturas e religiões. Com o tempo, ele foi, a partir desse sincretismo, assumindo sua forma definitiva, até que alcançou o grau de divindade ligada à morte, à medicina e às doenças. Já em outras regiões da África, este mistério foi assumindo outras feições e outros Orixás semelhantes surgiram, foram cultuados e se humanizaram. “Humanizar-se” significa que o Orixá ou a Divindade assumiu feições humanas, compreensíveis por nós e de mais fácil assimilação e interpretação.
Tatá Omulú não vibra menos amor por nós do que qualquer um dos outros orixás e está assentado na Coroa Divina, pois é um dos Tronos de Olorum, o Divino Criador. Atotô, meu pai.
Atribuições
Na condição de orixá das doenças, Omolu é visto com muito cuidado pelos praticantes das religiões afrobrasileiras. Afinal de contas, esta divindade tem grande poder de intervenção na vida ao dominar os territórios da cura e da enfermidade.
A proximidade de Omolu com as doenças pode ser vista em uma de suas mais recorrentes representações imagéticas. Pelo fato de carregar no corpo as chagas das doenças que possui, Omolu aparece todo encoberto por um enorme chapéu feito das fibras desfiadas do dendezeiro.
Mesmo estando próximo aos domínios da morte, as oferendas reservadas a Omolu não são realizadas em cemitérios. Geralmente, parte do universo ritualístico desse orixá acontece em lugares mal iluminados, cavernas e troncos de árvores que já morreram. O alimento mais associado a Omolu é a pipoca, que faz menção às várias marcas que a varíola deixou em seu corpo.
No Brasil, este Orixá é comumente associado às imagens de São Roque e São Lázaro. O primeiro santo tem o seu martírio ligado a toda uma vida dedicada ao tratamento dos que eram acometidos pelos males da Peste Negra.
Por outra via, São Lázaro aparece ligado a Omolu por ter sido ressuscitado por Jesus Cristo mesmo estando enterrado por vários dias.
Omulu esconde suas chagas dos espectadores, por outro lado, sua postura pesada e lenta simboliza o sofrimento que o abate.
No comportamento do dia-a-dia, tal tendência pode revelar-se de forma negativa nos seus filhos, através de um caráter tipicamente masoquista. Podem, então, sentirem-se incompreendidos e se tornarem céticos, reprimidos, perversos, irritantes ou vingativos. Quando deprimidos e depressivos, agem como velhos: Lentos, exigentes e rabugentos; acham que nada pode dar certo, que nada está bom. Neste caso, é difícil relacionar-se com eles.
Contudo, são extremamente prestativos e trabalhadores, são amigos de verdade. São perseverantes, pacientes, amorosos e fiéis a uma causa. Para os filhos de Omulu, a justiça não é a dos homens, e sim a de Deus (Olorum).
Muito intuitivos e de mente aguçada, têm uma capacidade mental atualizada ao seu tempo. Raramente adoecem e quando isso acontece, recuperam-se rapidamente. São discretos e um tanto austeros.
Guardam sua individualidade, mesmo no círculo de suas amizades. São protegidos contra quaisquer tipos de magia, e possuem a Mediunidade desde jovem.
Gostam da ordem e são ótimos mestres instrutores, levando suas empreitadas até o fim, sem se importarem com o preço a ser pago. Querem que as coisas saiam da maneira que planejaram.
Sinceros, não levam desaforo para casa , respondem no ato quando se sentem ofendidos.
Nota: Calunga Pequena (cemitérios)
Resumo
- Linha: Aquática
- Pedra: Ônix preto
- Irradiação: Geração
- Vela/Cor: Roxa, Branca, Preta e Vermelha
- Sincretismo: São Roque
- Saudação: Atotô!
- Ponto de Força: Campo Santo, calunga Pequena
- Data comemorativa: 02/11
- Dia: Segunda-feira
- Cor: Preto, Branco e Vermelho
- Elemento: Terra
Ervas
Zpínia, vassoura preta, folhas de laranja lima, carobinha do campo, folhas de milho, musgo, barba de velho, vela-me, sete sangrias, sabugueiro, manjerona, mamona, espinheira santa, assa peixe, alho desidratado, cipó cabeludo, dandá, olho de abra, orégano, pinhão roxo, valeriana, garra do diabo, mamona roxa, picão preto, urtiga, peregun roxo, chorão, folhas de alcachofra , raiz de angélica , capim rosário, chapéu de couro, cravo da Índia, sete sangrias, trapoeraba, manjericão, manjericão roxo, noz de cola, verbena, folhas de beterraba , catinga de mulata, ipê roxo, lantana, mirra, folha de fogo.
Oferendas
Velas branca, vermelha, preta e roxa, pipoca, 1 prato com sal grosso, 7 copos com água, terra, palha da costa, vinho licoroso, coco fatiado, 1 prato com mel. Pode oferendá-lo no campo santo .

Fig.38 – Oferendas para Omulú
Oração ao Pai Omulú – 1
Bênção, Atotô Meu Pai Omulú.
Em sua misericórdia infinita, dai-me a saúde plena.
Ajuda a curar as doenças e dá alívio as dores carnais e espirituais, Pai Amado, Atotô.
Afasta de mim aqueles que desejam a destruição de minha saúde e minha devastação espiritual e dá-me forças para vencê-los em espírito, Meu Pai.
Mantenha-me forte e firme nos caminhos difíceis da vida.
Atotô, Pai Omulú.
Oração ao Pai Omulú – 2
Bênção, Atotô Meu Pai Omulú
Salve grande Médico da Umbanda, Senhor da Cura de todos os males do corpo e da alma.
Pai da riqueza e da bem-aventurança, em ti, deposito minhas dores e amarguras, rogando-te as bênçãos de saúde, paz, amor e prosperidade para minha vida.
Faça de mim, Senhor do trabalho; um filho guerreiro de bom ânimo, com saúde, amor, firmeza e disposição, para triunfar na luta pela sobrevivência.
Faça e deixe meu pai, Omulú que eu seja digno de merecer todo dia e toda noite, vossas bênçãos da luz do sol e misericórdia.
Atotô, Pai Omulú.
Oração ao Pai Omulú – 3
A Omulú e a Obaluaiê peço o perdão e a benção
Atotô Meu Pai.
Em sua misericórdia infinita, dai-me a saúde plena.
Ajuda a curar as doenças e dá alívio as dores carnais e espirituais, Pai Amado, Atotô.
Afasta de mim aqueles que desejam a destruição de minha saúde e minha devastação espiritual e dá-me forças para vencê-los em espírito, Meu Pai.
Mantenha-me forte e firme nos caminhos difíceis da vida.
Atotô Omulú.
Nota: Atotô, meu Pai – significa: Peço quietude, meu Pai.
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