O Anjo da Saúde – Reencarnação – Parte X

Compilação baseada, de modo resumido, no Cap.45 – O Anjo da Saúde, Livro “Lázaro Redivivo”, Humberto de Campos e Chico Xavier, FEB, 1945.

Tema Principal – A Reforma Íntima

I – Introdução

A Espiritualidade jamais abandona o homem em suas provas de depuração e de correção, devido aos desatinos cometidos em vidas passadas. Sempre existe um Espírito Benfeitor que sugere modificações em sua conduta a atual reencarnação, de modo a livra-lo de maiores males, com consequente agravamento de sua dívida.

De um modo geral, no desdobramento ocasionado pelo sono, estes Benfeitores orientam e propõe modificações nas atitudes, de modo a tentar executar uma reforma íntima em seus tutelados → contudo, o tutelado precisa ter uma consciência e firmeza de caráter para adotar estas sugestões, sem as quais tende a piorar o seu estado físico-mental dia após dia.

Estes dois relatos de Humberto de Campos, psicografados por Chico Xavier, tratam deste tema.

II – O Anjo da Saúde

Angustiado, o homem enfermo eleva o pensamento e ora pedindo a proteção de Jesus, clamando em copiosas lágrimas: Senhor, ampara-me o coração desalentado no círculo das minhas provas. Esgotaram-se-me os recursos para a resistência. Não possuo mais forças e a dor lacera-me as carnes e desarticula-me os ossos. Compadece-te, Senhor meu. Faça com que desça um raio da tua Divina Luz que me restaure a força física e me reerga o coração humilhado. Desiludido dos processos de cura da Medicina, volto-me para os Céus, esperando-te a inesgotável misericórdia. Ajuda-me, Divino Pastor, veja os meus sacrifícios e me auxilie.

O Divino Mestre, lhe escuta a Oração e lhe envia um Anjo da Saúde, que desce bondoso e prestativo, surgindo no desdobramento espiritual, devido ao sono, do doente. Em êxtase, o doente suplica ao Mensageiro Divino: Emissário do Divino Médico, lava-me as feridas dolorosas e levanta-me o Espírito abatido. Há muitos anos sou um miserável sofredor, embora tenha tido sempre confiança no Pai de Infinita Bondade. Sinto, contudo, que a esperança e a crença desertaram da minha alma. Socorre-me, por caridade, caridoso emissário dos Céus.

O Gênio tutelar afaga-lhe a fronte e lhe pergunta: meu amigo, coloque a consciência nos lábios em oração e responde-me, se tens vivido de acordo com a vontade de Deus, fugindo aos caprichos do seu coração. Viveste até agora amando o Supremo Senhor, acima de todas as coisas, e querendo o Bem ao próximo como a ti mesmo? Dedicaste teu corpo e tuas faculdades à execução das Leis Divinas em ti mesmo?

Contristado, e dominado pela pureza do Anjo, o doente não tece como mentir, e fala que ainda não tinha servido as Leis Divinas como deveria.

O Anjo então lhe formula outra pergunta: Perdoarás sempre, esquecendo ingratidões, injúrias e pedradas? Recomendarás teus adversários às bênçãos do Todo-Poderoso, face a que são mais infelizes que tu mesmo, pela ignorância que testemunham? Exercerás a piedade, beneficiando as mãos que te ferem e olvidarás, sem esforço, a boca que te calunia?

Compelido pela força da consciência, o enfermo responde, sem trair a verdade: Não, ainda não consigo.

Novamente o Anjo lhe pergunta: Não emitirás pensamentos desarmoniosos ante a felicidade do próximo? Partilharás a alegria do vizinho e a prosperidade do amigo, como se te pertencessem também? Ajudarás ao irmão mais feliz, na consolidação da ventura que lhe corou a existência?

O mendigo da saúde mais uma vez responde ao Anjo: Não, não posso ainda.

A seguir, em nova pergunta, o Anjo lhe diz: Terás bastante disposição para manter viva a própria esperança? Compreenderás a paciência de Deus e esperarás, sem revolta, o entendimento dos teus irmãos de luta? Calarás a desesperação, a fim de auxiliar em nome do Pai Altíssimo, mobilizando as forças que te foram confiadas?

O desventurado suspira e esclama: Não, ainda não me é possível proceder deste modo.

Em mais uma pergunta, o Anjo volta-lhe a interrogar: Cultivarás o silêncio, quando a leviandade e a calúnia espalharem palavras loucas em torno do teu coração? Defenderás a saúde, evitando as reações invisíveis de pessoas que poderias ofender com as falsas e delituosas operações verbais?

Ainda não sigo semelhante caminho, falou o infortunado.

Poderás viver, continuou o Divino Mestre, no legítimo respeito à Natureza, conservando o teu vaso carnal de manifestações na sublime posição de equilíbrio, através da temperança, e cumprindo com fidelidade o programa de seviço, em benefício de ti mesmo e dos teus semelhantes? Experimentarás o prazer de ser útil, sinceramente despreocupado das atitudes alheias de gratidão ou de recompensas?

Não, ainda não, murmurou o interpelado em tom angustioso.

Finalmente o Anjo conclui que ainda era muito cedo para o doente ter o merecimento do socorro dos mensageiros da saúde. Como não sabia viver, perdoar, esperar, compreender, ajudar e servir, de acordo com a vontade e as Leis Divinas do Altíssimo, ainda teria que lutar com a enfermidade por um tempo maior → por enquanto, diz ao doente, não peças vantagens que não saberias receber, devendo rogar ao Senhor que te conceda a energia necessária para o aperfeiçoamento à Lei do equilíbrio e às exigências de reflexão ↔ em seguida o Emissário Divino lhe endereça, carinhosamente, um gesto de adeus.

O doente então lhe endereça uma última frase: Enviado do Céu confiarei em Jesus. O Anjo, contempla-o pela última vez e lhe diz bondosamente: Sim, sei disto. Porém não basta. É necessário que o Divino Mestre possa confiar também em ti.

Em seguida, o Anjo da Saúde afasta-se e retorna as Esferas Espirituais mais elevadas, para continuar a sua missão pelo mundo.

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