Quando o Mestre se afastou do Pretório, suportando o madeiro a que fora sentenciado pelo Povo em desvario, pungentes reflexões lhe assomavam ao pensamento.
Que fizera senão o bem? Que desejara aos perseguidores senão a bênção da alegria e a visitação da Luz? Quando receberiam os Homens o dom da fraternidade e da paz?
Devotara-se aos doentes com carinho, afeiçoara-se aos discípulos com fervor… Entretanto, sentia-se angustiadamente só. Doíam-lhe os ombros dilacerados.
Porque fora libertado Barrabás, o rebelde, e condenado ele, que reverenciava a ordem e a disciplina?
Em derredor, Judeus irritados ameaçavam-no erguendo os punhos, enquanto Legionários ébrios proferiam maldições.
A saliva dos perversos fustigava-lhe o rosto e, inclinando-o para o solo, a cruz enorme pesava…
“Ó, Pai!, refletia, avançando dificilmente, que fiz para receber semelhante flagelação?”
Anciãs humildes tentavam confortá-lo, mas, curvado qual se via, nem mesmo lhes divisava os semblantes.
“Porque a Cruz? Continuava meditando, agoniado, porque lhe cabia tolerar o martírio reservado aos criminosos?”
Lembrou as crianças e as mulheres simples da Galileia, que lhe compreendiam o olhar, recordando, saudoso, o grande lago, onde sentia a presença do Todo-Compassivo, na bondade da natureza……..
Lágrimas quentes borbotaram-lhe dos olhos feridos, lágrimas que suas mãos não conseguiam enxugar. Turvara-se-lhe a visão e, incapaz de mais seguro equilíbrio sobre o pedregulho do caminho estreito, tropeçou e caiu de joelhos.
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Anexo I- Cruz I
Anexo II- Cruz II
Anexo III- Cruz III
Anexo IV- Cruz IV
Anexo V- Cruz V
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