Compilação baseada, de modo resumido, no Cap. 10 – O Perdão e no Cap.18 – A Oração Dominical / Livro: Boa Nova – Humberto de Campos e Chico Xavier – FEB – 1941.
Tema Principal – Jesus Ensinando
I – Introdução
Logo após as primeiras pregações de Jesus relativas a Boa Nova, esboçou-se na Comunidade Apostólica um movimento de incompreensão relativo aos sacrifícios exigidos para a sua divulgação e implantação no coração dos homens.
O Divino Mestre, que sondava os corações dos inquietos Apóstolos, esclarece-os algumas horas após a turba de famintos e necessitados deixarem-nos a sós. Jesus ainda responde e esclarece sobre um tema central que é a Oração dirigida ao Pai.
II – Fidelidade a Deus
Logo após as primeiras pregações de Jesus relativas a Boa Nova, esboçou-se na Comunidade Apostólica um movimento de incompreensão relativo aos sacrifícios exigidos para a sua divulgação e implantação no coração dos homens.
Após escutar as confidências e dúvidas dos Apóstolos relativas aos sacrifícios exigidos pelo Programa do Evangelho, Jesus esclarece que:
- Na causa de Deus, a Fidelidade deve ser uma das principais virtudes, de modo a estabelecer uma relação de confiança integral e recíproca, entre o Filho e o Pai. Nunca se deve duvidar da Fidelidade do Pai para com os Filhos, ao se deixar absorver pelo afastamento e pela negação;
- Tudo na vida tem o preço que lhe corresponde. Deste modo não se pode vacilar receoso ante as bênçãos do sacrifício e das alegrias no trabalho pelo Evangelho. Os tributos que a fidelidade ao mundo exige, através dos gozos, riquezas e prazeres, são muito maiores e acima de tudo, dolorosos, e na maioria das vezes com flagelações íntimas;
- O mundo está cheio de crentes que entendem a proteção dos Céus somente nos dias de tranquilidade e de triunfo. Contudo, o Discípulo deve pensar não no Deus que concede mas no Deus que educa, não no Deus que recompensa mas no Deus que aperfeiçoa. A verdadeira batalha pela redenção deve ser perseverante e sem trégua;
- Nos dias de calma, é fácil provar-se fidelidade e confiança. Porém, somente nas horas tormentosas, em que tudo parece contrariar e perecer, é que se prova verdadeiramente o Discípulo;
- O Discípulo da Boa Nova deve servir ao Pai, trabalhando pela sua obra neste mundo. O labor é muito grande nos campos do Pai, que o observa com carinho e atenta com amor, pelos trabalhos de perseverança e boa-vontade. No íntimo deste trabalhador brotará sempre um cântico de alegria, pois Deus o ama e o segue com carinho e atenção;
- Todos trazem consigo diversas possibilidades de servir ao Pai, mesmo doentes, com privação dos olhos e da palavra, das mãos e dos pés. A virtude é o verbo dessa Fidelidade, que com coragem e paciência mostrará o amor do Pai.
Os Apóstolos, após escutarem a maravilhosa explanação do Divino Mestre, fizeram questão de falar em uníssono: Senhor, seremos fiéis para sempre.
III – Oração ao Todo Poderoso
Após ser pressionado por sua sogra, quanto as questões de natureza materiais, o Apóstolo Pedro, chamado carinhosamente pelo Divino Mestre de “A Pedra”, questiona se Deus escuta realmente os pedidos feitos nas Orações. Jesus aproveita a oportunidade e esclarece a todos os Apóstolos sobre a Oração:
- Desde que começou a raciocinar, o homem observou que havia um poder ilimitado, que lhe criara a vida. Todas as criaturas nascem com tendência para o mais alto e experimentam a necessidade de comungar com este plano elevado, de onde o Pai acompanha com o seu infinito amor, justiça e sabedoria, as preces que lhe são dirigidas sob as diversas matrizes religiosas. Com certeza, afirma Jesus, que em todas as épocas as Orações são sempre ouvidas, porém nem sempre atendidas;
- O mundo pertence ao Pai e todo e qualquer trabalho é digno, variando de acordo com a capacidade e finalidade do esforço do trabalhador. Antes de qualquer título de convenção humana, o homem é filho e servo do Todo Poderoso, necessitando de servi-lo em qualquer posição social, certo de que o Pai conhece a todos e conduz ao trabalho ou a posição mais adequada e merecida;
- A Oração deve constituir o recurso permanente e ininterrupto da comunhão do homem com relação a Deus. Neste intercâmbio incessante, as criaturas devem apresentar ao Pai, no segredo das suas íntimas aspirações, os seus anelos e esperanças, dúvidas e amargores. Essas confidências lhe atenuarão os cansaços e as frustações do mundo, restituindo-lhes as energias, pois o Pai lhes restituirá de sua luz e amor. A Prece deve ser cultivada como um elemento natural da vida, como por exemplo, a respiração. É imprescindível que se conheça o meio seguro de se identificar com o Pai;
- Entretanto, os homens não se lembram do Céu senão nos dias de incerteza e angústia do coração. Se a ameaça é cruel e eminente é o desastre, se a morte do corpo é irremediável, os mais fortes dobram os joelhos. Porém, como não deverá sentir-se o Pai amoroso e leal de que somente os filhos o procurem nos momentos de infortúnio, por eles criados com as suas próprias mãos?
- Em face do relaxamento destas relações sagradas por parte dos homens, indiferentes ao carinho da Providência que tudo lhes concede de útil e agradável, improficuamente desejará o Filho uma solução imediata para as necessidades e problemas, sem remediar o longo afastamento em que se conservou do Pai no percurso, postergando-lhe os desígnios relativos às suas questões íntimas e profundas;
- Quando o homem orar, pedindo pela satisfação de desejos e caprichos particulares, é possível que se retire da prece inquieto e desalentado. Mas, sempre que solicitar as benções de Deus, a fim de compreender a sua vontade justa, amorosa e sábia, a seu próprio respeito, receberá pela Oração os bens divinos do consolo e da paz;
- Não se pode ir a Deus com animosidade no coração, sendo necessário que antes se reconcilie com seu irmão. Nada se fará sem a boa-vontade e pleno esquecimento dos males recebidos;
- O perdão não exclui a necessidade da vigilância, assim como o amor não prescinde da verdade. A paz é um patrimônio que cada coração está obrigado a defender, para bem trabalhar no serviço divino que lhe foi confiado;
- Se o irmão se arrepender e procurar a ajuda fraterna, compete ampara-lo com as energias que se possa desprender em seu favor, porém esquecendo-se de todo o mal e procurar sempre trabalhar para o bem;
Ao término das explicações, Simão Pedro faz a sua famosa pergunta de quantas vezes deveria perdoar o seu irmão, ao que Jesus responde: não te digo até sete vezes, mais setenta vezes sete.
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