Compilação baseada em:
- Cap.34 – O Grande Ceifador, Livro” Cartas e Crônicas”, Chico Xavier e Humberto de Campos, FEB, 1966
- ”O Novo Testamento” – Haroldo Dutra Dias, CEI, 2010.
Tema Principal – Versão da Parábola do Joio e do Trigo sob a Ótica do Espiritismo
I – Introdução
Em Mateus 13:24 a 30, Jesus ensina que o Reino dos Céus é semelhante a um homem que semeou a boa semente (Trigo) e na calada da noite, o seu inimigo veio e semeou a má semente (Joio). O Senhor do campo manda que deixem ambas crescer e que na colheita, colham primeiro o Joio, o amarrem e o incinerem → Espíritos recalcitrantes no mal que serão transferidos para outros Orbes de nível inferior ao da Terra. O Senhor do campo manda que o Trigo seja armazenado no seu celeiro → Espíritos que foram considerados aptos a permanecerem na Terra.
Em Mateus 13:24 a 43, Jesus explica, em particular, esta Parábola aos seus Apóstolos, citando que a boa semente são os Filhos do Reino e que a má semente são os Filhos das Trevas (Filhos dos Escândalos), o Campo é a Terra, a Ceifa representa o período da Transição Planetária e os Ceifeiros são os Anjos do Senhor encarregados deste campo. A Fornalha e o ranger de dentes sãos os sofrimentos dos Filhos das Trevas nos Orbes inferiores aos da Terra, quando ficarão no degredo até que se aperfeiçoem espiritualmente, sendo então permitido o seu regresso a Terra ↔ processo análogo aos dos Espíritos degredados de Capela.
II – A Interpretação da Parábola sob a Ótica Espírita
No Cap.34, O Grande Ceifador, de Cartas e Crônicas, o Instrutor Espiritual Jonathan relata que em meio as pregações do Divino Mestre Jesus, surgiram supostos “adeptos” da Boa Nova. Alguns se dizendo continuadores de João Batista, outros que utilizando a Doutrina do Mestre pregavam a revolta contra os Romanos, outros que após ouvirem as pregações do Senhor, utilizavam-lhe os seus Ensinos para criar a discórdia sistematizada nos vilarejos e aldeias ao longo do Lago de Tiberíades → todos erguiam flamejantes verbos afirmando falar em nome de Jesus. O Messias Nazareno tinha autoridade suficiente para a formação do novo reino (nova nação terrestre), destruiria os potentados estrangeiros e aniquilaria os ditadores do poder. Em paralelo, faziam discursos preciosos no meio do povo, exaltando a boa vontade, a comunhão das almas, o devotamento e a tolerância entre as criaturas. Os ouvintes escutavam enlevados, estáticos e felizes com a perspectiva de um mundo novo ↔ contudo, no turbilhão dos conceitos vibrantes e nobres, alinhavam-se aqueles que arrecadando dinheiro para “socorro” às viúvas e aos órfãos”, desviavam deliberadamente os recursos arrecadados para os próprios bolsos. Concomitantemente apareciam os oportunistas que, em se incumbindo da Doutrinação referente à fraternidade, utilizavam-se da frase primorosa e articulada, para a realização das mais baixas manobras políticas.
Em uma tarde de lindo crepúsculo, quando a multidão se encontrava junto ao Mestre, para recolher as suas palavras consoladoras e de ensino espiritual, o Apóstolo Pedro, aproveitando uma pausa na Parábola do Semeador, pergunta-lhe o que fazer contra aqueles que utilizando os seus conceitos sobre o Reino de Deus, exploram os pobres e os necessitados. Pedro cita que em Betsaida existem aqueles que seguem a Berequias Ben Zenon, que dirige a todos com entusiasmo dominante, repetindo as palavras e conceitos brilhantes do Mestre, para em seguida solicitar os dracmas dos pescadores, dizendo que é para o auxílio de doentes e viúvas, porém guardando para si e alguns de seus seguidores a maior parcela dos recursos arrecadados. Em Cafarnaum, Pedro escutou a Aminadab Ben Azor, que também repete as lições divinas do Mestre, confortando os Espíritos sofredores, para em seguir induzir o povo à indisciplina e à perturbação. Pedro finaliza: Como agir, Senhor? Será justo se subordinar a astúcia dos ambiciosos e à manha dos velhacos? Como relegar o Evangelho ao domínio de quantos se rendem à leviandade e à avidez da posse, do egocentrismo e da loucura?
Jesus, medita alguns instantes e responde:
– Simão, antes de tudo, é preciso considerar que o crime confesso encontra nas Leis Divinas a corrigenda devida. Quem rouba é furtado, quem ilude os outros engana a si próprio, e quem fere será ferido,……;
– Se há juízes no mundo que nasceram para o duro mister de retificar, aqui nos achamos para a obra do auxílio. Não podemos olvidar os verdadeiros Discípulos da Boa Nova, atentos à missão de amor que lhes cabe, não dispõe de tempo e disposição para partilhar as atividades dos irmãos menos responsáveis;
– Além disso, baseando-me nas suas próprias palavras, não estamos diante de companheiros totalmente esquecidos da caridade, pois Berequias ampara alguns infelizes e Aminadab, no seio das palavras insensatas que pronuncia, encaixa ensinamentos e orações de valia para os necessitados de luz. Deste modo não podemos sopesar as esperanças e possibilidades, os anseios e as virtudes dos milhares de amigos provisórios que os acompanham, adotando uma atitude condenatória de nossa parte.
Em seguida Jesus, olhando como que para o futuro, cita a Parábola do Joio e do Trigo, que consta em Mateus 13:24 a 30: “O Reino dos Céus é semelhante ao homem que semeia a boa semente em seu campo. Ao dormir, eis que vem o seu inimigo e semeia Joio no meio do Trigo, ausentando-se posteriormente. Quando ambos crescem, os Servos do Pai desta família, perguntam se podem arrancar o Joio. O Senhor da messe responde-lhes que não, que é para não danificar o Trigo. Deixemo-lo crescer juntos até a ceifa, quando o Joio, será colhido primeiramente, e juntado em feixes para ser queimado. Posteriormente o Trigo será colhido, para ser armazenado no meu celeiro”.
Jonathan finaliza com o último questionamento de Simão Pedro, que insatisfeito, volta a inquirir novamente a Jesus, sobre como agir para separar a verdade da mentira. Jesus termina os seus esclarecimentos afirmando a Pedro, que o tempo é o Grande Ceifador. Esperemos por ele, cumprindo o dever que nos compete. A vida e a justiça pertencem ao Pai e o Pai decidirá quanto aos futuros dos seus filhos quanto aos assuntos da vida e da justiça → esta Parábola do Joio e do Trigo claramente se refere ao período da grande Transição Planetária, quando os homens que se portaram como o Joio, através de suas atitudes e atos no mal, não sabendo aproveitar as múltiplas reencarnações para evoluir espiritualmente, serão transferidos para outros Orbes, como o foram os Espíritos de gradados de Capela para a Terra ↔ Jesus em diversas oportunidades afirma que 50% da população da Terra será transferida para outros Orbes → alguns Palestrantes Espíritas afirmam que este processo se iniciou na década de 50 ↔ afirmam também que Chico Xavier, em conversa com Heigorina Cunha, afirmou que muitos destes Espíritos estão sendo mantidos afastados da Terra, sendo desterrados no lado escuro da Lua, para a sua posterior transmigração para outros mundos inferiores ao atual estágio da Terra↔ Miramez também afirma que os Espíritos empedernidos no mal, recolhidos por ocasião da vinda de Jesus e os Apóstolos, seriam soltos por mil anos, ou seja estão na Terra, aproximadamente, desde a época das Cruzadas, sendo que este prazo se finda em meados do Século 21 (vide Artigo deste Blog, A Igreja dos Primeiros Tempos do Cristianismo nas Visões de Emmanuel e Miramez, para uma primeira abordagem sobre estes Espíritos, recalcitrantes e empedernidos no mal, encarnados na Terra).
Em seguida o Instrutor Jonathan, como nenhum dos participantes lhe solicitasse mais esclarecimentos, calou-se e encerrou a reunião.
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