A Parábola do Ateu Benquisto – Versão 1

Tema Principal – Versão Moderna das Parábolas de Jesus

I- Introdução

O Evangelista João em (1) diz ao Divino Mestre que os Céus possuem mais Ateus benquistos do que aqueles que falam em seu nome na Terra. Este diálogo ocorreu no final do Século XIX.

Neste texto, Humberto de Campos, o Literato Espírita, apresenta uma versão moderna sob a forma de uma Parábola sobre este tema.

II- A Reunião dos Espíritos Sublimados

Conta-se que Jesus desejava selecionar um destes Espíritos Sublimados para retornar à Terra em uma difícil missão.

Para tanto os Emissários Divinos selecionaram das Esferas Superiores, vários Espíritos que viveram e se aperfeiçoaram na Terra, representando pelo ensino e pelo próprio exemplo, os ensinamentos de Jesus junto aos homens.

Missionários Ocidentais ostentavam dalmáticas imponentes, lembrando as instituições religiosas a que se filiaram.

Os do Oriente exibiam túnicas liriais.

Veneráveis Sacerdotes de vários tipos de Igreja (Católica, Protestante, Evangélicas, etc) juntavam-se aos Patriarcas Judeus e aos Monges Budistas. Seguidores de Confuncio e Devotos de Maomé entendiam-se mutuamente.

Nesta Esfera Espiritual Superior em nada lembrava as reuniões infrutíferas e de discórdia entre estes religiosos quando encarnados.

III – O Exemplo do Ateu Benquisto

Em um canto do enorme salão que recebia estes afortunados convidados, existia um recém-desencarnado que ainda trazia no Corpo Astral as marcas físicas e aspectos da roupagem carnal, destoando dos demais convidados.

Chama-se quando encarnado de Ibraim Al-Mandeb e fora um antigo condutor de camelos no Deserto da Arábia e que não possuía nenhuma filiação com qualquer tipo de Entidade Religiosa. Contudo, fora devotado irmão dos infelizes que passavam pelas areias escaldantes deste deserto.

Ibraim não possuía qualquer sinal que o recomendasse a estar nesta Esfera Superior. Os pés descalços eram puras chagas, as mãos ossudas e hirsutas eram calejadas de tanta ajuda prestada. Os cabelos grisalhos e imundos falavam de longas peregrinações sob as tempestades, tendo o rosto enrugado e rijo, tipo uma moldura para os olhos encovados e tristes que guardavam as pavorosas visões das dores dos viajantes os quais tinha socorrido.

IV – A Escolha do Senhor

No salão, dois Anjos anotavam as características dos presentes em um pergaminho celestial.

Na vez de Ibraim, perguntam-lhe a que Igreja se filiara na Terra, visto que Jesus desejava se entender com um daqueles que o amaram e o exemplificaram no mundo.

Ibraim, constrangido, lhes responde que não se preocupassem com ele, visto que nunca pode consagrar-se ao Culto do Senhor, e que também ignorava como tinha sido colocado naquele salão.

Diz aos Anjos Catalogadores que devido a socorrer aos irmãos em sofrimentos, nunca sequer pode pensar em Jesus, que nunca pode pensar na sublimidade do Paraíso porque o deserto estava cheio de aflição e lágrimas dos irmãos que socorria.

Um dos Anjos lhe diz que colocaria o seu nome na relação, não como um dos que amaram o Benfeitor Eterno e sim como alguém que amou intensamente os semelhantes.

Após longos minutos de expectativa do resultado da reunião de Jesus com os Anjos Catalogadores, eis que sai o resultado:

Jesus queria conversar em particular com Ibraim.

Fontes

1 – Crônicas de Além-Túmulo – Humberto de Campos e Chico Xavier, FEB, 1937

2 – Contos e Apólogos – Humberto de Campos e Chico Xavier, FEB, 1958

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