De portas abertas ao serviço da caridade, a casa dos Apóstolos em Jerusalém vivia repleta, em rumoroso tumulto.
Eram doentes desiludidos que vinham rogar esperança, velhinhos sem consolo que suplicavam abrigo. Mulheres de lívido semblante traziam nos braços crianças aleijadas, que o duro guante do sofrimento mutilara ao nascer, e, de quando em quando, grupos de irmãos generosos chegavam da via pública, acompanhando alienados mentais para que ali recolhessem o benefício da prece.
Numa sala pequena, Simão Pedro atendia, prestimoso. Fosse, porém, pelo cansaço físico ou pelas desilusões hauridas ao contacto com as hipocrisias do mundo, o antigo pescador acusava irritação e fadiga, a se expressarem nas
exclamações de amargura que não mais podia conter.
– Observa aquele homem que vem lá, de braços secos e distendidos? Gritava para Zenon, o companheiro humilde que lhe prestava concurso, aquele é Roboão, o miserável que espancou a própria mãe, numa noite de embria-guez… Não é justo sofra, agora, as consequências? E pedia para que o enfermo não lhe ocupasse a atenção.
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