O Sermão do Monte – Pt I

Evangelho de Mateus (Caps. 5-7)

Huberto Rodhen e o Sermão do Monte

As Bem-aventuranças somente podem ser entendidas com uma atitude de intensa Espiritualidade, nunca em um estado de Intelectualidade ou de Profanidade, adotando uma postura como o Apóstolo Paulo: Já não sou eu que vivo (anulação do homem egovivente) mas o Cristo que vive em mim (desabrochar do Homem Cristo agido) com a sintonização / fidelidade com o Cristo Cósmico / Universal;

  • Se o Evangelho é a Alma da Bíblia, então as Beatitudes são o Coração do Evangelho
  • A verdadeira meditação deve ser um total esvaziamento de todo e qualquer conteúdo do Ego Humano, para que a plenitude divina possa fluir para dentro dessa vacuidade humana

O Sermão do Monte – Parte I

I – Introdução

O Sermão da Montanha, Sermão do Monte ou ainda das Bem- Aventuranças é um conjunto de Ensinamentos de Jesus Cristo que pode ser lido no Evangelho de Mateus (Caps. 5-7) e no Evangelho de Lucas (fragmentado ao longo do Livro). Nestes Ensinamentos, Jesus Cristo profere lições de conduta e moral, ditando os princípios que normatizam e orientam a vida cristã. Estes Ensinamentos podem ser considerados por isso como um “Resumo dos Ensinamentos” de Jesus a respeito do Reino de Deus, do acesso ao Reino e da transformação que esse Reino produz.

John Stott, Teólogo e Escritor, diz que a essência do Sermão da Montanha foi o apelo de Cristo aos seus seguidores para serem diferentes de todos os demais. “Não sejam iguais a eles”, disse Jesus (Mt 6.8). O reino que Cristo proclamou deve ser uma contracultura, exibindo todo um conjunto de valores e padrões distintos. Desse modo, ele fala de justiça, influência, piedade, confiança e ambição, e conclui com um desafio radical para que se escolha o próprio caminho na direção do Pai Justo, Misericordioso e Amoroso.

Além de importantes princípios ético-morais, pode-se notar grandes revelações, pois aquilo que muitas vezes é tido por ruim, por desagradável, diante de Deus é o que realmente vai levar muitos à verdadeira felicidade. Esta passagem forma um paradoxo, contrariando a ideia de muitos e mais uma vez mostrando que “Deus não vê como o Homem vê, o Homem vê a aparência, mas Deus sonda o coração” (I Samuel 16.7).

Fonte: Wikipedia

II – As Considerações de Huberto Rodhen ao Sermão do Monte

  • Se o Evangelho é a Alma da Bíblia, então as Beatitudes são o Coração do Evangelho;
  • Após passar a noite recolhido em Oração, comungando com o Pai (vide também Matheus 5:1 a 5:12), declara as oito Beatitudes que são jubilosas exclamações transbordantes do Espírito Cristíco, que romperam as válvulas de retenção de sua Alma e se espraiaram, irradiando um banho de luz, de felicidade, de amor e de esperança sobre os Discípulos e o povo;
  • As Bem-Aventuranças somente podem ser entendidas com uma atitude de intensa Espiritualidade, nunca em um estado de Intelectualidade ou de Profanidade, adotando uma postura como o Apóstolo Paulo: Já não sou eu que vivo (anulação do homem ego-vivente) mas o Cristo que vive em Mim (desabrochar do homem Cristo agido) sintonização / fidelidade com o Cristo Cósmico / Universal;
  • A verdadeira meditação deve ser um total esvaziamento de todo e qualquer conteúdo do Ego Humano, para que a plenitude divina possa fluir para dentro dessa vacuidade humana:
    • Quando o homem se cala Deus fala;
    • Quando o homem fala Deus se cala;
    • Quando o homem pensa Deus se dispensa;
    • Quando o homem deseja algo Deus se eclipsa;

III – Preâmbulo ao Sermão do Monte

  • Difundidas as primeiras claridades da Boa Nova, os enfermos e as pessoas com os seus diferentes tipos de problemas, habitantes da redondeza de Cafarnaum, procuravam constantemente pelo Divino Mestre Jesus;
  • Matheus recebe em sua casa, Lisandro, Áquila e Pafos, ávidos por colaborarem na difusão do Evangelho, porém com sérios problemas físicos, mentais e morais, sendo recriminados severamente por Matheus, que os humilha indiretamente, mostrando-lhes as suas deficiências, pela eloquência sincera de suas palavras;
  • Jesus, após a retirada destas pessoas, é recebido por Matheus que lhe conta do ocorrido, o qual lhe fala de que o Evangelho não necessita do concurso destes tipos de pessoas. Jesus então lhe fala com extrema bondade:
    • O Evangelho é o da Boa Nova, levando a esperança e a presença do Pai Santíssimo a todos, inclusive aos tristes, aos oprimidos, aos aflitos, aos caluniados e aos deserdados de todos os tipos da imensa família humana;
    • Nas derrotas e nas tristezas, as criaturas ouvem mais alto a voz do Pai Santíssimo;
    • Quem governa o mundo é Deus, e o amor não age com inquietação;
    • As benções de infinita bondade de Deus são dirigidas aos brandos e mansos de espírito;
    • O leito de dor, a incompreensão dos entes amados, as exclusões de todas as facilidades da vida, as chagas e as cicatrizes de espírito são luzes que o Pai acende na noite sombria das criaturas, sendo por isto necessário que amemos intensamente os desafortunados do mundo;
    • As Almas dos desafortunados do mundo são a terra fecundada pelo adubo das lágrimas e das esperanças mais ardentes, onde as sementes do Evangelho desabrocharão para a luz da vida eterna. Elas saíram das convenções nefastas e dos enganos do caminho terrestre para bendizerem ao Pai, agradecendo-lhe pelos clarões de luz que seus corações haviam perdidos;
    • É também sobre os vencidos da sorte, sobre os que suspiram por um ideal mais santo e mais puro do que as vitórias fáceis da Terra, que o Evangelho assentará suas bases divinas.

Os Participantes do Sermão do Monte

O crepúsculo descia num deslumbramento de ouro e brisas cariciosas, dentro da paisagem que se áureolava dos brilhos singulares de todo o horizonte pincelado de luz. Ao longo de toda a encosta, acotovelara-se a turba imensa. Centenas de criaturas se aglomeravam para ouvir o Senhor. Eram velhinhos trêmulos, lavradores simples e generosos, mulheres com seus filhinhos, cegos, maltrapilhos, chagados e crianças doentes.

A Atitude de Matheus após o Sermão

  • Logo após o Sermão das Bem-Aventuranças, quando algumas estrelas já brilhavam no firmamento, muitas mães sofredoras e oprimidas, lhes traziam os filhinhos para que o Mestre as abençoasse. Os anciões de nevadas fontes pelos invernos da vida lhe beijavam as mãos, enquanto os cegos e os leprosos rodeavam-no e falavam felizes: Bendito o filho do Deus Todo-Poderoso;
  • Matheus sentiu que naquele crepúsculo inolvidável, uma emoção diferente lhe dominava a Alma. Havia entendido os que abandonavam as ilusões do mundo para se elevarem ao Pai. Notando as pessoas que desciam do Monte, observou Lisandro, Áquila e Pafos, os quais desciam abraçados, expressando uma expressão de grande ventura externando um júbilo sem limite. O Coletor de Cafarnaum aproxima-se e os saúda com transbordante alegria;
  • No dia seguinte Matheus os convida, assim como a outras pessoas de Cafarnaum, para uma festa na qual Jesus participa e corta o pão, dizendo-lhe logo após notar o abraço afetuoso de Matheus aos três amigos: Matheus o meu coração se rejubila contigo, porque são também Bem- Aventurados todos os que ouvem e compreendem a palavra do Pai Santíssimo;
  • O Evangelho de Matheus é considerado o Evangelho dos Pobres e dos Deserdados de todas as Matizes.

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