Oração de Natal

Compilação baseada, de modo resumido no Cap.39 – Oração de Natal, Livro: Antologia Mediúnica do Natal – Humberto de Campos, Emmanuel, André Luiz, Neio Lúcio e outros Espíritos e Chico Xavier, FEB, 1967.

Tema Principal – Oração dirigida a Jesus na época do Natal por Humberto de Campos

Divino Mestre Jesus, há dois milênios estabeleceste o Natal com a sua doce humildade na manjedoura, de modo que a natureza vibrava em todas as suas alegres harmonias. Magos (Médiuns) do Oriente e os Pastores de Belém vieram lhe trazer o testemunho de suas alegrias e reconhecimento.

As estrelas brilhavam com luzes mais intensas e uma em particular, destacou-se para clarificar o divino momento do seu nascimento, de modo a não somente orientar os Magos e os Pastores, mas também a transmitir para a humanidade futura que a sua presença significava uma nova luz para a humanidade.

Desde então, Senhor, o mundo inteiro, pelos séculos afora, cultivou a lembrança desta grande noite, extraordinária de luzes e de belezas diversas.

Agora, porém, Amado Mestre, neste período de transição planetária, as recordações são muitas diferentes, não se ouvindo mais os doces cânticos dos pastores, não mais se vendo a humildade e a fé dos Magos, e não mais se percebendo os aromas agrestes da natureza. Os tempos são outros, e o que se percebe é a continuação de guerras e de rumores de guerras, o desrespeito à vida humana de todas as formas e modos, a sexolatria, a drogadição, a pedofilia consumindo os sentidos de muitos religiosos das várias matizes que falam em seu nome, o egoísmo crescente através das várias vertentes do materialismo e os dirigentes preocupando-se mais consigo próprios do que com os próximos.

Senhor, contudo, apesar dos superficialismos desta época de profundas transições para a Terra, existem aqueles que acreditam no seu Evangelho de Luz e de Amor e, também, muito lhe amam. As suas divinas palavras, sinceras e brandas, doces e enérgicas, magnetizam os seus corações na esteira infinita do tempo, mesmo que andem ocultas nas planícies da indiferença e nas montanhas de iniquidade do mundo.

Para estes, as suas divinas palavras transmitem uma grande esperança e muita fé na sua inesgotável misericórdia. O Mundo Espiritual trabalha e opera para que possam, com a fé fortalecida em seus corações, divulgar e viver pelo exemplo, as suas promessas imortais de acesso as Esferas Superiores, mesmo que estejam presenciando os atos e atitudes de uma civilização que está agonizando pela falta de amor, de fé, de moralidade, de …………………………, e que representa os povos deste século, em pomposas ruínas.

Divino Mestre Jesus, Governador Planetário e Arquiteto do Orbe Terrestre, Mentor de todas as nações e base espiritual de todos os surtos de evolução da Terra, com base no seu infinito amor e misericórdia, reúna a família espiritual daqueles que o amam sob a égide da fraternidade, do amor e do bem que ensinaste.

Senhor, em todos os recantos do orbe, existem bocas que maldizem e mãos que exterminam os semelhantes. Também, os Espíritos das trevas, fazem chover o fogo de suas forças negativas sobre as organizações terrestres, ateando o sinistro incêndio das ambições nas almas das multidões alucinadas e desvalidas. Por toda a parte, assomam os falsos ídolos da impenitência do mundo e místicas políticas, saturadas dos vírus das mais nefastas paixões, derramando os vinhos ignominiosos da ignorância e da inércia.

Senhor, como são falazes e enganadoras as Doutrinas Religiosas, principalmente aquelas fundamentadas em conceitos definidos por mentes humanas doentes e atrasadas, que se afastam da seiva sagrada e eterna dos seus doces e sagrados ensinos, provocando a estagnação, a descrença e o atraso espiritual de boa parte da humanidade.

Doce Mestre, sois a essência de todos os pensamentos de Verdade e de Luz, e sabe que todas as dores são irmãs umas das outras, bem como das esperanças que desabrocham nos corações dos seus frágeis tutelados, que vibram nos mesmos ideais elevados de espiritualidade.

Divino Mestre, Pastor do rebanho de ovelhas tresmalhadas, desde o início da vida na Terra, paire acima de todos os povos e de suas transmigrações incessantes no curso do tempo, ensinando as criaturas humanas a considerar o nada das suas inquietações, em face do dia glorioso e infinito da eternidade.

Revela aos homens que não existe outra força além da sua e que nenhuma proteção pode existir, além da que se constitui na segurança da sua guarda.

Ensina aos sacerdotes de todas as crenças do globo, que falam e pregam em seu nome, o desprendimento e a renúncia aos bens efêmeros da vida material e aos poderes transitórios, a fim de que possam entender as virtudes do seu Reino de Luz e de Amor, que não reside nas suntuosas organizações das diferentes Igrejas das várias matizes Religiosas e dos Estados deste mundo.

Mestre Amado, que ressuscitaste Lázaro das sombras do sepulcro, revigora o homem moderno que permanece no túmulo das suas vaidades apodrecidas. Senhor, que fizeste a que os cegos novamente enxergassem, faça com que os olhos rebeldes das suas ingratas ovelhas se abram. Mestre, que abriste os ouvidos e deste a fala aos surdos-mudos, faça com que a humanidade escute e fale as línguas da verdade, do amor, da caridade, da humildade, ……………….. e a do direito, paralisadas pelo medo, pela inércia, pela ignorância, pelo……………….., nestas horas difíceis da transição planetária.

Divino e Amado Mestre, que nestas suaves lembranças do Natal, a humanidade possa recordar a sua figura simples e suave, quando andava pelas aldeias que margeavam o Lago de Genesaré. A humanidade precisa do seu amparo, pois o Lago agora representa as correntes de lágrimas das pessoas. Naquela época, Senhor, dos seus olhos misericordiosos e compassivos, corria uma fonte perene de esperanças divinas para todos os corações, da sua túnica humilde e clara vinha o símbolo da paz para todos os homens, inclusive os do porvir, e de suas santas palavras vinha a Luz do Céu para esclarecer e iluminar a todas as criaturas terrenas nos diferentes períodos da humanidade.

Senhor, nesta reunião de Natal, a humanidade representada pelos que lhe amam e que acreditam no seu Evangelho de Luz e de Amor, suplica as suas benções e proteções contra a própria ignorância e indigência. Tenha pena, contudo, de toda a humanidade e, como nas pregações do Monte, diga a esta mesma humanidade: …..”Meus Filhinhos”…………….