Tema Principal – Ensinamentos Espíritas
I – A Interpretação da Parábola do Fermento
“Ainda outra Parábola lhes propôs, dizendo: O Reino dos Céus é semelhante ao fermento, que uma mulher tomou e escondeu em três medidas de farinha, até ficar toda ela levedada”- Mateus 13:33.
“Disse-lhes mais: A que compararei o Reino de Deus? É semelhante ao fermento, que uma mulher tomou e escondeu em três medidas de farinha, até ficar toda ela levedada” Lc 13:20-21.
São chegados os tempos em que se hão de desenvolver as ideias, para que se realizem os progressos que estão nos desígnios de Deus. Têm elas de seguir a mesma rota que percorreram as ideias de liberdade, suas precursoras. Não se acredite, porém, que esse desenvolvimento se efetue sem lutas. Não; estas ideias precisam, para atingirem a maturidade, de abalos e discussões, a fim de que atraiam a atenção das massas. Uma vez isso conseguido, a beleza e a santidade da moral tocarão os Espíritos, que então abraçarão uma ciência que lhes dá a chave da vida futura e descerra as portas da felicidade eterna.
Moisés abriu o caminho → Primeira parte da massa; Jesus continuou a obra → Segunda parte da massa; o Espiritismo a concluirá → Terceira parte da massa.
O Divino Mestre Jesus foi o iniciador da mais pura, da mais sublime moral, da moral Evangélico Cristã, que há de renovar o mundo, aproximar os homens e torna-los irmãos; que há de fazer brotar de todos os corações a caridade e o amor do próximo e estabelecer entre os homens uma solidariedade comum; de uma moral, enfim, que há de transformar a Terra, tornando-a morada de Espíritos superiores aos que hoje a habitam.
É a Lei do Progresso, a que a Terra está submetida, e que se cumpre através do Espiritismo que é a alavanca de que Deus se utiliza para fazer que a Humanidade avance e progrida, alavancando a Terra de Mundo de Provas e Expiação para Mundo de Regeneração – “Um Espírito Israelita, Mulhouse, 1861, O Evangelho Segundo o Espiritismo”.
II – Ismael e a Previsão das Fases do Consolador Prometido
Em meados do século XIX, antes de findar o primeiro reinado, e antes de Kardec publicar o seu primeiro livro, que foi o Livro dos Espíritos, Ismael reúne no espaço os seus dedicados companheiros de luta e, organizada a venerável Assembleia, o Mensageiro do Senhor esclarece a todos sobre os seus elevados objetivos.
Irmãos, expôs ele, o Século atual ( XIX ), como sabeis, vai ser assinalado pelo advento do Consolador à face da Terra. Nestes “cem anos” se efetuarão os grandes movimentos preparatórios dos outros “cem anos” que hão de vir→ Ismael fazia alusão as publicações de Allan Kardec no Século IX e Chico Xavier no Século XX, referentes aos primeiros cem anos (1857 a 1957); e as publicações de Chico Xavier e outros Médiuns nos cem anos subsequentes no Século XX e Século XXI (1957 a 2057) → alguns estudiosos estimam a data da Transição Planetária propriamente dita, de modo plenamente efetivo, à partir de 2057.
As rajadas de morticínio e de dor avassalarão a alma da Humanidade, no Século XX, dentro dos imperativos das transições necessárias, que serão os sinais do fim da civilização precária do Ocidente. Faz-se mister amparar o coração atormentado dos homens nessas grandes amarguras, preparando-lhes o caminho da purificação espiritual, através das sendas penosas. É preciso, pois, preparar o terreno para a sua estabilidade moral nesses instantes decisivos dos seus destinos.
Numerosas fileiras de missionários encontram-se disseminadas entre as nações da Terra, com o fim de revivenciar a palavra da Boa Nova do Senhor, esclarecendo os postulados científicos que surgirão neste século, nos círculos da cultura terrestre.
Uma verdadeira Renascença das Filosofias e das Ciências se verificarão no transcurso destes anos, a fim de que o século XX seja devidamente esclarecido, como elemento de ligação entre a Civilização em vias de desaparecer e a Civilização do Futuro, que assentará na Fraternidade e na Justiça, porque a morte do mundo, prevista na Lei e nos Profetas, não se verificará por enquanto, com referência à constituição física do globo, mas quanto às suas expressões morais, sociais e políticas.
A civilização armada terá de perecer, para que os homens se amem como irmãos. Concentraremos, agora, os nossos esforços na terra do Evangelho, para que possamos plantar no coração de seus filhos as sementes benditas que, mais tarde, frutificarão no solo abençoado do Cruzeiro. Se as verdades novas devem surgir primeiramente, segundo os imperativos da lei natural, nos centros culturais do Velho Mundo, é na Pátria do Evangelho que lhes vamos dar vida, aplicando-as na edificação dos monumentos triunfais do Salvador.
Alguns dos nossos auxiliares já se encontram na Terra, esperando o toque de reunir de nossas falanges de trabalhadores devotados, sob a direção compassiva e misericordiosa do Divino Mestre- Livro “Brasil, Coração do Mundo e Pátria do Evangelho”.
III – A Determinação de Jesus para João Evangelista sobre a última fase do Consolador Prometido
No final do Século XIX, após o desencarne de Allan Kardec, avizinhando-se o Natal, havia também no Céu um rebuliço de alegrias suaves. Os Anjos acendiam estrelas nos cômoros de neblinas douradas e vibravam no ar as harmonias misteriosas que encheram um dia de encantadora suavidade a noite de Belém.
Os Pastores do Paraíso cantavam e, enquanto as harpas divinas tangiam suas cordas sob o esforço caricioso dos zéfiros da mensidade, o Senhor chamou o Discípulo Bem-Amado ao seu trono de jasmins matizados de estrelas.
O vidente de Patmos não trazia o estigma da decrepitude como nos seus últimos dias entre as Esporades. Na sua fisionomia pairava aquela mesma candura adolescente que o caracterizava no princípio do seu Apostolado → “Respondeu-lhe Jesus: Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa? Quanto a ti, segue-me” ↔ então, se tornou corrente entre os Apóstolos de que aquele Discípulo não morreria. Ora, Jesus não dissera que tal Discípulo não morreria, mas “Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa?” – João 21.22, 23 → o Divino Mestre estava se referindo as futuras missões do Evangelista como a encarnação de São Francisco de Assis e, futuramente, como o Coordenador do Projeto do Consolador, como está claro nos textos que se seguem. Entende-se que o Evangelista permaneceria com Jesus nas Esferas da Terra para outras missões além da que teve como o Apóstolo Amado pelo Divino Mestre.
João, disse-lhe o Mestre, lembras-te do meu aparecimento na Terra? – Recordo-me, Senhor. Foi no ano 749 da era romana, apesar da arbitrariedade de Frei Dionísios, que colocou erradamente o vosso natalício em 754, calculando no século VI da era cristã.
– Não, meu João, retornou docemente o Senhor, não é a questão cronológica que me interessa em te arguindo sobre o passado. É que nessas suaves comemorações vem até mim o murmúrio doce das lembranças!
– Sim, Mestre Amado, retrucou pressuroso o Discípulo, compreendo-vos. Falais da significação moral do acontecimento. Oh!…se me lembro… a manjedoura, a “Estrela” guiando os poderosos ao estábulo humilde, os cânticos harmoniosos dos pastores, a alegria ressoante dos inocentes, afigurando-se-nos que os animais vos compreendiam mais que os homens, aos quais ofertáveis a lição da humildade com o tesouro da fé e da esperança.
Naquela noite divina, todas as potências angélicas do paraíso se inclinaram sobre a Terra cheia de gemidos e de amargura para exaltar a mansidão e a piedade do Cordeiro. Uma promessa de paz desabrochava para todas as coisas com o vosso aparecimento sobre o mundo.
– Estabelecera-se um noivado meigo entre a Terra e o Céu e recordo-me do júbilo com que Vossa Mãe vos recebeu nos seus braços feitos de amor e de misericórdia. Dir-se-ia, Mestre, que as abelhas de ouro do paraíso fabricaram, naquela noite de aromas e de radiosidades indefiníveis, um mel divino no coração piedoso de Maria!…
– Retrocedendo no tempo, meu Senhor bem-amado, vejo o transcurso da vossa infância, sentindo o martírio de que fostes objeto; o extermínio das crianças de Vossa idade, a fuga nos braços carinhosos da Vossa progenitora, os trabalhos manuais em companhia de José, as vossas visões maravilhosas no Infinito, em comunhão constante com o Vosso e nosso Pai, preparando-vos para o desempenho da missão única que Vos fez abandonar por alguns momentos os palácios de sol da mansão celestial para descer sobre as lamas da Terra.
– Sim, meu João, e, por falar nos meus deveres, como seguem no mundo as coisas atinentes à minha Doutrina?
– Vão mal, meu Senhor. Desde o Concílio Ecumênico de Nicéia, efetuado para combater o cisma de Ario em 325, as vossas Verdades são deturpadas. Ao Arianismo seguiu-se o movimento dos Iconoclastas em 787 (No ano de 730, o Imperador Leão III, 717 a 741, foi o propulsor do Movimento Iconoclasta, afirmando que os indivíduos deviam adorar somente a Deus, desprezando assim as imagens) e tanto contrariaram os homens os vossos ensinamentos de pureza e de simplicidade, que eles próprios nunca mais se entenderam na interpretação dos textos evangélicos → o Evangelista confirma as deturpações, propositalmente efetuadas nos Evangelhos de Jesus, pela própria Igreja dos Bispos Romanos, em seus diferentes Concílios.
– Mas não te recordas, João, que a minha Doutrina era sempre acessível a todos os entendimentos? Deixei aos homens a lição do caminho, da verdade e da vida sem lhes haver escrito uma só palavra.
– Tudo isso é verdade, Senhor, mas logo que regressastes aos vossos impérios resplandecentes, reconhecemos a necessidade de legar à posteridade os vossos ensinamentos. Os Evangelhos constituem a vossa biografia na Terra; contudo, os homens não dispensam, em suas atividades, o véu da matéria e do símbolo. A todas as coisas puras da Espiritualidade adicionam a extravagância de suas concepções. Nem nós e nem os Evangelhos poderíamos escapar. Em diversas Basílicas de Rávena e de Roma, Mateus é representado por um jovem, Marcos por um leão, Lucas por um touro e eu, Senhor, estou ali sob o símbolo estranho de uma águia → João refere-se que são símbolos puramente criados por mãos humanas, sem nenhum tipo de significado Espiritual.
– E os meus representantes, João, que fazem eles?
Mestre, envergonho-me de o dizer. Andam quase todos mergulhados nos interesses da vida material. Em sua maioria, aproveitam-se das oportunidades para explorar o vosso nome e, quando se voltam para o campo religioso, é quase que apenas para se condenarem uns aos outros, esquecendo-se de que lhes ensinastes a se amarem como irmãos → João confirma o afastamento dos Sacerdotes Católicos dos “Ensinamentos” de Jesus. O Alto Clero, ligados aos Imperadores “E” as Classes economicamente abastadas, que não tinham nenhum compromisso com as Verdades Espirituais, era que dirigia a Igreja, inclusive com a indicação de Bispos e Cardeais sendo feitas por Imperadores e Reis, controlando e escravizando as consciências das massas populares facilmente.
As discussões e os símbolos, meu querido, disse-lhe suavemente o Mestre, não me impressionam tanto. Tiveste, como eu, necessidade destes últimos, para as predicações e, sobre a luta das ideias, não te lembras quanta autoridade fui obrigado a despender, mesmo depois da minha volta da Terra, para que Pedro e Paulo não se tornassem inimigos? Se entre meus Apóstolos prevaleciam semelhantes desuniões, como poderíamos eliminá-las do ambiente dos homens, que não me viram, sempre inquietos nas suas indagações? Jesus afirma que lhe contrista ver o apego dos Missionários da Igreja aos prazeres fugitivos do mundo → Jesus confirma a afirmação anterior do Evangelista relativa aos desvios dos Sacerdotes da Igreja.
– É verdade, Senhor, afirma o Evangelista.
– João, qual o núcleo de minha Doutrina que detém no momento maior força de expressão?
– É o Departamento dos Bispos Romanos, que se recolheram dentro de uma organização admirável pela sua disciplina, mas altamente perniciosa pelos seus desvios da verdade → João, mais uma vez, confirma o afastamento dos Sacerdotes Católicos dos “Ensinamentos” de Jesus.
– O Vaticano, Senhor, que não conheceis, é um amontoado suntuoso das riquezas das traças e dos vermes da Terra. Dos seus palácios confortáveis e maravilhosos irradia-se todo um movimento de escravização das consciências. Enquanto vós não tínheis uma pedra onde repousar a cabeça, dolorida os vossos representantes dormem a sua sesta sobre almofadas de veludo e de ouro; enquanto trazíeis os vossos pés macerados nas pedras do caminho escabroso, quem se inculca como vosso embaixador traz a vossa imagem nas sandálias matizadas de pérolas e de brilhantes → o Evangelista comenta neste trecho o elevado padrão de luxo e ostentação da Igreja dos Bispos Romanos, que além do mais escraviza a mente humana com absurdos Dogmas e Conceitos, criados apenas pelas mãos humanas dos seus Sacerdotes, sem nenhuma orientação espiritual.
João ainda afirma que junto de semelhantes superfluidades e absurdos, surpreendemos os pobres chorando de cansaço e de fome; ao lado do luxo nababesco das Basílicas Suntuosas, erigidas no mundo como um insulto à glória da vossa humildade e do vosso amor, choram as crianças desamparadas, os mesmos pequeninos a quem estendíeis os vossos braços compassivos e misericordiosos.
Enquanto sobram as lágrimas e os soluços entre os infortunados, nos Templos, onde se cultua a vossa memória, transbordam moedas em mãos cheias, parecendo, com amarga ironia, que o dinheiro é uma defecação do demônio no chão acolhedor da vossa casa, afirma o Evangelista.
– Então, meu Discípulo, não poderemos alimentar nenhuma esperança?
– Infelizmente, Senhor, é preciso que nos desenganemos. Por um estranho contraste, há mais ateus benquistos no Céu do que aqueles religiosos que falavam em vosso nome na Terra.
Entretanto, sussurraram os lábios divinos docemente, consagro o mesmo amor à humanidade sofredora. Não obstante a negativa dos filósofos, as ousadias da ciência, o apodo dos ingratos, a minha piedade é inalterável… Que sugeres, meu João, para solucionar tão amargo problema?
Já não dissestes, um dia, Mestre, que cada qual tomasse a sua cruz e vos seguisse? → João confirma que a evolução é individual e que cada um deve tomar a sua própria cruz e subir ao calvário redentor da sua própria libertação espiritual ↔ o Evangelista mostra-se extremamente pessimista com a atuação da Igreja dos Bispos Romanos na Evangelização da Humanidade.
Mas prometi ao mundo um Consolador em tempo oportuno → Jesus afirmou que o Espírito de Verdade a ser enviado guiaria a toda a verdade, pois não falaria por si mesmo, mas diria tudo que tivesse ouvido (João 16: 13)…
E com os olhos claros e límpidos, postos na visão piedosa do amor do Pai Celestial, Jesus exclamou: Se os vivos nos traíram, meu Discípulo Bem-Amado, se traficam com o objeto sagrado da vossa casa, profligando a fraternidade e o amor, mandarei que os Mortos falem na Terra em meu nome. Deste Natal em diante, meu João, descerrarás mais um fragmento dos Véus Misteriosos que cobrem a noite triste dos túmulos para que a Verdade ressurja das Mansões Silenciosas da Morte. Os que já voltaram pelos caminhos ermos da sepultura (Espíritos Redimidos que viveram como Encarnados na Terra ) retornarão à Terra para difundirem a minha mensagem, levando aos que sofrem, com a esperança posta no Céu as claridades benditas do meu Amor → Ismael: “Cem anos” que hão de vir após os primeiros cem anos preparatórios para a advinda do Consolador Prometido, no Século XX e Século XXI (1957 a 2057) ↔ portanto Jesus confirma, no final do Século XIX, a previsão de Ismael feita na metade do Século XIX.
E desde essa hora memorável, há mais de cinqüenta anos, o Espiritismo veio, com as suas lições prestigiosas, felicitar e amparar na Terra a todas as criaturas – Cap.15, Livro “Crônicas de Além-Túmulo”, 1937.
Anexo I- Os Fundamentos do Espiritismo
A Codificação Espírita, que foi escrita a quatro mãos por Kardec, o Apóstolo da Fé, e os Espíritos que viveram como encarnados na Terra, obedecendo aos desígnios do Divino Mestre Jesus, é uma Doutrina (Doutrina Espírita) que possui os seguinte fundamentos:
- Imortalidade do Espírito;
- Reencarnação (múltiplas existências com diferentes encarnações na Terra);
- Vida Organizada, no Mundo Espiritual, em diversas dimensões, com uma Hierarquia baseada na superioridade moral de cada Espírito;
- Justiça Divina, sobre a qual é definida a situação atual do Espírito, seja como encarna do ou como desencarnado;
- Mediunidade ↔ a verdadeira Mediunidade como praticada pelos Apóstolos, ou seja, aquela de socorro e esclarecimento ao Espírito Obsessor e ao Médium Obesediado, e respectivas atitudes de vida, do Espírita Cristão, compatíveis com os Ensinos do Evangelho de Jesus.
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