A Mediunidade nos Tempos dos Antigos Hebreus e dos Antigos Gregos

Tema Principal – Mediunidade

I – Introdução

Muito se fala na proibição de Moisés de consultar aos Espíritos como em Levítico 20 : 27, porém poucos se interessam pelos reais motivos que levaram o grande Legislador Hebreu a promulgar tal ato.

A Mediunidade, contudo é um fato presente tanto na vida do próprio povo Hebreu quanto na vida dos Gregos antigos, na qual existia inclusive a materialização de espíritos orientadores das Pitonisas e dos iniciados nos mistérios espirituais.

II – A Mediunidade nos tempos dos Antigos Hebreus

II.1 – A Proibição de Moisés

Humberto de Campos relata no, Cap.45- A Proibição de Moisés de [1], que na época do Êxodo do povo Hebreu, onde viviam no deserto sob o comando de Moisés, o Grande Legislador Hebreu, que a Espiritualidade Superior executou um projeto relativo a Mediunidade. Para tanto escolheu e preparou uma mulher, de uma das doze tribos de Israel, a qual se vestiria de homem, para não despertar paixões e não atrapalhar o projeto Mediúnico. O Oráculo se destinava a abrir a mente do povo Hebreu para as realidades do mundo espiritual e cada Hebreu teria o direito de indagar com nobreza e valer-se dos serviços mediúnicos, em caso de necessidades prementes, de modo individual, com o total de tempo dedicado pela Médium, ou Pitonisa como era conhecida na época, para estes casos individuais não mais que 20% do tempo total. Os 80% restantes seriam gastos em benefício coletivo.

Moisés rejubilava-se com a implantação do Projeto Mediúnico. Pensava que o povo seria iluminado por uma Luz Maior e entenderia com mais facilidades as suas explicações sobre os deveres para com o Altíssimo, deixando de ser ingratos e duros de coração. A intervenção da Luz Maior, pensava, abriria novas luzes de entendimento sobre o Decálogo (O Decálogo é a Lei dos Dez Mandamentos que foram entregues por Jesus ao povo de Israel através de Moisés no Monte de Sinai). O Decálogo foi dado para a formação da nação judaica, ainda em caminho para a Terra Prometida. Os Judeus deveriam obedece-lo de geração em geração para sempre. Jesus prometeu que faria da nação judaica uma nação Sacerdotal. Posteriormente vieram as leis suplementares para a formação regular e integral da nova nação.

Após a instalação da Tenda com a Pitonisa, o serviço se iniciou e propagou-se com a velocidade do relâmpago, com o povo reconhecendo as verdades sobre a comunicação com os mortos e divulgando para as demais comunidades Hebraicas das regiões circunvizinhas. Até as comunidades Hebraicas do Egito e da Caldéia recebiam estes novos informes.

O movimento tornara-se enorme, assim como os desvios da missão, provocada pelo próprio povo, que não se interessava pelo lado espiritual e sim pelos interesses rasteiros e mesquinhos do lado material, como gozar a hora presente, assenhorar-se do patrimônio do vizinho, pilhar terrenos devolutos, conquistar rebanhos indefesos, guerrear com os povos vizinhos, obter fórmulas do Elixir da Juventude, obtenção de favores baratos, etc. O povo procurava se afastar das Leis Divinas, se recusando a levar a Luz Divina às suas comunidades e sim converter o Reino Divino em escuro subúrbio das paixões terrestres, além de fugir do trabalho, da elevação, do conhecimento e do melhoramento para a própria melhoria espiritual.

Diante de tais distorções, os Missionários da Luz deliberaram encerrar as experiências, cortando o fio de conexão com o lado espiritual e desaparecendo com o Oráculo.

Moisés, apavorado com as atitudes do seu povo, decide então escrever o Cap.20, do Levítico, proibindo as consultas aos mortos. Esta proibição permaneceu valendo até os dias em que o Divino Mestre Jesus inicia o seu Apóstolado na Terra, falando e expulsando Espíritos Obsessores, e conversando no Monte Tabor com o Espírito do próprio Moisés, perante o assombro dos Apóstolos, e falando a multidão pelos Apóstolos e Discípulos no fenômeno do Pentecoste.

II.2 – Relato sobre Saul relativos a Mediunidade

O texto correspondente no Antigo Testamento a esta passagem encontra-se em I Samuel 28:7 a 25. Humberto de Campos relata, a verdadeira versão sob a Ótica do Espiritismo, no Cap.25, A Palavra do Morto, de [2], do encontro do Rei Saul, então na véspera de sua desencarnação devido a uma batalha contra os Filisteus no dia seguinte, com o Profeta Samuel, já desencarnado. Ao se materializar, na frente da Pitonisa que o invocara, Samuel não possuia as indumentárias e as insígnias do último Juiz de Israel que fora, mas sim apresenta-se com uma simples capa que lhe cobre o corpo espiritual. Declara textualmente que como Juiz se afastou das Vozes Espirituais que o aconselhavam ao cumprimento das Leis Divinas, a não fazer guerras e sim procurar a paz, a não matar os inimigos e sim a poupar-lhe as vidas e tratar-lhes com respeito.

Samuel diz que no mundo espiritual é obrigado a socorrer os armadores, os flecheiros, os guerreiros e os pajens de armas, que ajudou a matar. Recomenda a Saul que pare com a guerra e faça um tratado de paz com os Filisteus, os quais são filhos do mesmo Pai Altíssimo, e que precisam ser amados e ajudados como irmãos. Recomenda por último a Saul, que transforme as armas de guerra em instrumentos de trabalho pacífico e abençoado para o progresso e melhoria da Terra. Que se reconcilie com o inimigo, ensinando ao povo Hebreu a humildade, o serviço e a concórdia → Saul diz que não pode lhe acatar os conselhos e no dia seguinte, juntamente com os seus filhos, é morto na batalha pelos Felisteus → como acontece com muitos encarnados que roga orientação aos espíritos desencarnados, Saul desprezou as advertências ouvidas e atendeu aos caprichos condenáveis de seu coração, seguindo com os seus filhos para o caminho sombrio do sepulcro no dia seguinte, para aprender com a morte as sagradas lições da vida.

II.3 – Relato sobre Salomão relativos a Mediunidade

Ainda em [2], Humberto de Campos, no Cap.22, O Sábio Juiz, relata um singular caso que o Rei Salomão teve que tomar uma decisão não convencional. A família de Natan, morto há muitos anos, recebera alguns papiros psicografados de Natan, através de uma Pitonisa. Natan não invadia os assuntos pertinentes aos amigos e parentes, que deveriam aprender a caminhar por si mesmos, aprendendo pela própria experiência. Contudo, nos textos, comentava as realidades espirituais, referindo-se de modo velado às situações e casos que desfrutava na pátria espiritual → com o tempo e a divulgação destes textos, várias comunidades que conheceram Natan, começam a ter sérias discussões sobre a veracidade ou não dos Papiros, de tal sorte que o assunto chegou, como uma petição, para que Salomão desse um parecer final sobre o assunto.

Salomão, apesar de conhecer a proibição de Moisés de se contatar os mortos, constante no Levítico, e que inclusive o seu antecessor, Saul, fora consultar o Espírito de Samuel, via a Pitonisa de Endor, passa a refletir seriamente sobre a situação. Natan, certamente dera o conteúdo à Pitonisa de Jope, sem nenhum constrangimento e por livre e espontânea vontade. Como impedir o direito de trazer conhecimentos espirituais? Extinguir o intercâmbio entre os dois mundos não seria o mesmo que interromper o curso das benções divinas enviadas por Jeová, todos os dias para o seu povo? → para piorar a situação, o povo sabendo do ocorrido começa a pedir-lhe audiências para resolver problemas de testamento envolvendo os Espíritos de seus antepassados para corrigir problemas de herança, de testamento, de reconhecimento de paternidade, etc.

Salomão, compreende, após muito refletir, que se a Justiça Humana era organizada por pessoas humanas para resolver problemas e pendências humanas, não lhe era lícito invadir os extensos e misteriosos assuntos da vida espiritual, sob pena de incentivar as angústias e as tormentas próprias da Humanidade. Deste modo devolve os papiros para os descendentes de Natan, alegando que a Justiça era um templo sagrado e não podia constituir-se em órgão de consulta sem interesse para a vida humana.

Salomão, também responde as dúvidas e questionamentos dos Sábios e demais Áulicos do Palácio, que respeitava e amava a Jeová, fazendo o culto da reta consciência. Porém, a sua sabedoria não dava para descortinar os mistérios do país dos mortos. Caso alguém se comunicasse com algum Espírito, que observasse o conteúdo da sua mensagem, e que se fosse boa, que o comunicante deveria ser considerado emissário do Céu, e se a mensagem fosse de conteúdo negativo, que o Espírito deveria ser tido como um mensageiro do inferno e esquecido para sempre.

II.4 – Relato sobre Abraão relativos a Mediunidade

Segundo Moutinho em [3], Abraão migrou de Ur, Caldéia, para a Palestina de acordo com as determinações constantes em Gênesis 15:1 a 18, dezenove séculos antes da era Cristã → Abraão chama o Espírito que lhe comunica a ordem de migração de Senhor Javé ↔ possivelmente era Jesus ou um de seus elevados prepostos.

Com a Egípcia Agar gerou o seu primogênito Ismael, que segundo as tradições é o Patriarca do povo Árabe. Ismael, como mostrado em [4] é o Coordenador da implantação do Projeto do Consolador no Brasil → sobre Ismael existe um relato em Gênesis 16:7 a 16, no qual um Espírito a serviço de Jesus, manda Agar colocar-lhe o nome de Ismael, que significa” Deus Ouve”.

Com Sara gerou Isaque para a descendência do povo Hebreu. Isaac quer dizer “ele riu”, nome dado após Sara não acreditar em uma Profecia e rir da mesma (Gênesis 18:12 a 15 e Gênesis 21:1 a 7).

Era portador de uma elevada mediunidade, conduzindo a sua vida sempre com elevada moralidade, em atos e atitudes, seguindo as determinações de seus elevados guias espirituais. Em Gênesis 15:13 a 14, faz a previsão da escravidão no Egito do povo Hebreu, o qual iria ficar cativo por quatrocentos anos → Encarnação e Leis de Causa e Efeito → em Gênesis 14:17 a 24, é relatado o encontro de Abraão com Melquisedec, Rei e Sacerdote de Salém, que bendizendo o Deus Altíssimo, entrega a Abraão o Pão e o Vinho, simbolizando a futura vinda de Jesus.

III – A Mediunidade nos tempos dos Antigos Gregos

III.1 – A Assistência de Jesus ao Povo Grego

O Divino Mestre Jesus envia Espíritos cultos, generosos, com dons artísticos e mestres na Filosofia e nas Ciências, para renovar e ao mesmo tempo impulsionar a humanidade da época;

A Grécia assume a direção intelectual do Mundo, trazendo os conhecimentos dos círculos iniciáticos e fechados para as praças públicas, divulgando as Verdades para as massas → surgimento de inúmeras escolas políticas, religiosas e filosóficas, das mais diferentes matizes, as quais posteriormente se propagaram para outras nações da Terra;

Sócrates foi o mais elevado Espírito enviado ao povo Grego por Jesus. Anaxágoras foi o seu Mentor e seus Discípulos mais famosos foram Antístenes, Xenofonte e Platão → todos os Espíritos que participaram da condenação de Sócrates, posteriormente, encarnam como escravos em Roma, durante o domínio Romano do Mundo, executando as funções de Mestres e Professores dos filhos dos Aristocratas Romanos;

III.2 – Materialização de Espíritos na Grécia Antiga

No Cap. 48, A Atitude do Guia, de [5], é relatado que um Guia Espiritual de um Centro Espírita, na atualidade, se materializava na Grécia por volta de 800 AC → …… neste momento, no Centro Espírita em pleno Século XX, o Guia interrompeu sua comunicação, para que os presentes assimilassem seu conteúdo, quando foi subitamente arguido por um dos membros encarnados da reunião sobre problemas materiais, ao que o Guia polidamente replicou de modo genérico, para em seguida findar a comunicação.

Contudo no plano espiritual, um dos membros do grupo espiritual de apoio ao Centro Espírita, lhe argui sobre a incompreensão dos encarnados sobre a Palestra.

O generoso Mentor Espiritual então observou, longe de qualquer descontentamento: Não nos aflijamos por resultados imediatos em relação ao grupo de encarnados. Em particular, conheço este irmão que fez a pergunta, exatamente a dois mil e oitocentos anos atrás, quando ele era membro de uma associação de ensinos secretos no Templo dedicado a Zeus, em Olímpia, na Grécia Antiga. Eu era um humilde Instrutor Espiritual, e me materializava para explicar a simbologia dos mistérios órficos adaptados a Luz Divina. Em uma destas vezes, este mesmo irmão também me fez uma pergunta de ordem estritamente material, mostrando-se tal como nos dias de hoje, dois mil e oitocentos anos após, um caçador de arranjos materiais, totalmente despreparado para os Ensinos Espirituais.

Quanto a mim, continuo trabalhando a exatos vinte e oitocentos séculos para o benefício de todos.

Nesta altura, o querido Guia, fez a seguinte colocação: Há quantos milhares de anos tem nos auxiliado o Divino Mestre Jesus , recebendo a nossa impermeabilidade e resistência? Em seguida, encerrou a reunião e convocou-nos para a próxima → este caso mostra o elevado nível de espiritualidade nos Templos Iniciáticos do povo grego;

III.3 – Sócrates

No Cap.25 de [6], Humberto de Campos relata um encontro que teve com Sócrates, nos planos espirituais, em um Instituto de Estudos, que neste abençoado dia receberia Sócrates por palestrante. O Grande Mestre Greco apresentava-se com longas madeixas de cabelos alvos de neve, com semblante jovial e tranquilo, onde os olhos brilhavam infinitamente cheios de serenidade, alegria e doçura. Da sua figura irradiava-se uma luz levemente azulada, enchendo o recinto da sua apresentação de uma paz suave e branda. Na plateia Humberto de Campos notou a presença de Anaxágoras. Seus Discípulos, Antístenes, Xenofonte e Platão, não estavam presentes. Após discorrer discorrer sobre variados assuntos, como a liberdade dos Espíritos nos Planos Divinos e sobre os grandes conhecimentos que a Espiritualidade Superior ainda trará para a Terra, Sócrates concede uma entrevista ao grande literato espírita. Seguem trechos desta entrevista:

Humberto de Campos: Caro Mestre, venho da Terra, e gostaria de que enviasse uma mensagem para a humanidade.

Sócrates: Seria inútil. Os homens ainda não se reconhecem a si mesmos. São cidadãos da pátria, sem serem irmãos entre si. Marcham, uns contra os outros, aniquilando-se os mais nobres sentimentos de humanidade.

Humberto de Campos: Mas lá no Mundo, há uma elite de filósofos que se sentiriam orgulhosos de ouvi-lo.

Sócrates: Mesmo entre estes, as nossas verdades não seriam ouvidas. Quase todos estão com o pensamento cristalizado no ataúde das escolas. Na realidade, para o Espírito, o progresso reside na experiência. A maioria dos estudiosos da Terra possuem o enfatuado convencimento da sabedoria. Para estes as lições da Espiritualidade são sempre difíceis e dolorosas;

O Projeto da Espiritualidade, para difundir a felicidade na Terra, somente será realizado quando os Espíritos aí encarnados deixarem de ser cidadãos para serem homens conscientes de si mesmos;

Os Estados e as Leis são invenções puramente humanas, justificáveis somente em função da heterogeneidade com respeito à posição evolutiva das criaturas. Enquanto existirem, sobrará a certeza de que o homem não se escobriu a si mesmo, para poder viver de modo espontâneo e feliz, em comunhão com as disposições divinas de natureza espiritual. A Humanidade, ainda está longe de compreender esta fraternidade no campo sociológico.

Humberto de Campos: Apesar dos milênios já decorridos, tendes a exprimir alguma reflexão aos homens, quanto à reparação do erro que cometeram condenando-vos no passado (399 AC)?

Sócrates: De modo algum. Os acusadores estavam no papel que lhes cabia. A ação que provocaram contra mim, nos Tribunais Atenienses, somente valorizou os princípios da filosofia do bem e da liberdade, que as vozes do Alto me inspiravam, para ser um dos percussores do exemplo e do pensamento vivo do Divino Mestre Jesus na Terra.

Humberto de Campos: Poderíeis dizer algo sobre vossos Discípulos?

Sócrates: Perfeitamente↔ A seguir traça uma série de considerações sobre Antístenes, Xenofonte e Platão, que resumidamente significa que eles não o entenderam. Sócrates, afirma que jamais a sua palavra entoaria ladainhas laudatórias aos políticos da época e nem se desviaria para as afirmações dogmáticas no terreno da Metafísica.

Confirma que viveu e morreu pela sua Verdade.

Humberto de Campos: Mestre, e o Mundo?

Sócrates: O Mundo atual é uma semente do mundo paradisíaco do futuro. Não se deve ter pressa. Olhando a História passada, parece que os acontecimentos ocorreram ontem……..e são um monte de cinzas. A nossa única realidade é a vida do Espírito.

Humberto de Campos: Não vos tentaria a alguma nova missão de amor na face do orbe terrestre, dentro dos grandes objetivos da regeneração humana?

Sócrates: A nossa tarefa, para que os homens se persuadam da Verdade, deve ser toda indireta. O homem terá de realizar-se interiormente pelo trabalho perseverante ( no Bem, no Amor, na Caridade, ……..), sem o que todo o esforço dos Grandes Mestres não passará do terreno do puro verbalismo;

As criaturas humanas ainda não estão preparadas para o amor e a liberdade. Durante muitos anos, ainda, todos os Discípulos da Verdade terão de morrer muitas vezes.

A entrevista termina com o Grande Mestre Grego se retirando do ambiente, sempre acompanhado por Anaxágoras.

III.4 – O Oráculo de Delfos em Atenas

O Oráculo de Delfos em Atenas, Grécia, era famoso pelas previsões e respostas de suas Sacerdotisas, conhecidas como Pitonisas. Moutinho, no Cap.1 de [3], cita o caso do Rei Creso, da Lídia, que interpretando equivocadamente uma resposta a uma sua consulta ao Oráculo , invade o Império Persa do Rei Ciro, sendo derrotado por este.

Quando as chamas da fogueira começam a aumentar a sua intensidade, Ciro se arrepende e manda soltar Creso.

Debalde os esforços dos guardas, as chamas tornam-se invencíveis e no que parecia ser o fim de Creso, eis que este solta um brado de socorro a Apolo. Subitamente as chamas são reduzidas e Creso consegue ser resgatado.

Em conversa com Ciro, Creso revela que interpretou erroneamente uma resposta das Pitonisas de Delfos: ao fazeres guerra contra Ciro dos Persas, irás destruir um grande império → Creso realmente destruiu o reino da Lídia, por não saber interpretar, e possivelmente também por não se aconselhar sabiamente, com as Pitonisas.

Questionado por Ciro, sobre o motivo do conteúdo do Oráculo a Creso, as Pitonisas respondem: “É impossível mesmo para um Deus (Apolo para os Gregos), evitar a sorte determinada pelo destino. Creso está sendo punido pelo crime que cometeu há cinco gerações passadas, quando assassinou o Rei Candaules e tomou o trono do Rei para si. Apolo quis, em função da devoção que Creso tem por ele (Creso sempre mandava ouro e outras oferendas a este Templo) afastar as desgraças da vida de Creso. Porém, as Parcas foram intransigentes, e permitiram no máximo o adiamento da derrubada do reinado de Creso por três anos. Contudo, Apolo o salvou da fogueira pela sua devoção. Quanto ao oráculo propriamente dito, Creso não soube interpretar o verdadeiro sentido da Profecia e não deve reclamar senão de si mesmo”.

Quando o povo da Lídia mandou consultar o Oráculo de Delfos, logo após a morte de Candaules, este responde favoravelmente a posse do novo Rei (Creso na encarnação que matou Candaules se chamava Giges), para evitar um conflito armado interno. Porém ressaltou na Profecia de que o povo da Lídia seria vingado na quinta geração do novo Rei.

Uma outra profecia, deste mesmo Oráculo, tinha previsto a morte de um dos filhos de Creso por uma lança. Mesmo com Creso afastando o filho das práticas militares, este acaba sendo morto em uma caçada por uma lança perdida →este filho era a Reencarnação do Espírito da Rainha que tinha participado, idealizado e assassinado o Rei Candaules, junto com Giges (Creso), há cinco gerações atrás.

  • Portanto com antecedência de no mínimo cinquenta anos, o Oráculo de Delfos já previra a Reencarnação, a Lei da Causa e Efeito, e a Hierarquia existente no Mundo Espiritual ↔ as qualidades Mediúnicas das Pitonisas de Delfos eram precisas e famosas no mundo de sua época, com a consulta inclusive sendo feitas por diferentes Reis de diferentes Reinos em várias épocas, inclusive.

III.5 – As Parcas – Fonte: Wikipedia

As Parcas, na mitologia romana (moiras na mitologia grega), eram filhas da noite (ou de Zeus e de Témis).

Divindades que controlam o destino dos mortais e determinam o curso da vida humana, decidindo questões como vida e morte, de maneira que nem Zeus poderia contestar suas decisões.

São também designadas fates, daí o termo fatalidade. São três deusas: Nona (Cloto), “Décima” (Láquesis) e “Morta” (Átropos). Cloto tece o fio da vida, Décima cuida de sua extensão e caminho, Morta corta o fio. Interessante notar que em Roma se tinha a estrutura de calendário solar para os anos, e lunar para os atuais meses. A gravidez humana é de nove luas, não nove meses; portanto Nona tece o fio da vida no útero materno, até a nona lua; Décima representa o nascimento efetivo, o corte do cordão umbilical, o início da vida terrena, o individuo definido, a décima lua. Morta é a outra extremidade, o fim da vida terrena, que pode ocorrer a qualquer momento.

III.6 – Creso e Ciro – Fonte: Wikipedia

Perante o inquietante avanço do rei Ciro II, Creso enviou um mensageiro ao Oráculo de Delfos que lhe respondeu que se conduzisse um exército para este e cruzasse o rio Hális, destruiria um grande império. Tentado pelo que disse o Oráculo, Creso organizou uma aliança com Nabonido da Babilónia, Amósis II do Egito e a cidade grega de Esparta, e partiu para a guerra. No entanto a guerra não correu como esperado, sem esforço foi vencido pelas forças de Ciro na batalha do rio Hális, Timbra em 547 a.C. e feito prisioneiro em Sardes. Desta forma se completou o vaticinado pelo oráculo, mas pela destruição do império lídio.

Creso fora famoso pela sua riqueza, a qual foi atribuída à exploração das areias auríferas do Pactolo, rio afluente do Hermo onde, segundo a lenda, se banhara o Rei Midas (que transformava em ouro tudo o que tocava). Mandou construir o Templo de Ártemis em Éfeso.

Ciro II (Kuruš em persa antigo), mais conhecido como Ciro, o Grande, foi rei da Pérsia entre 559 e 530 a.C., ano em que morreu em batalha com os Massagetas. Pertencente à dinastia dos Aquemênidas, foi sucedido pelo filho, Cambises II. Foi o criador do maior império até então visto na História. Em 539 a.C. Ciro conquistou a Babilônia. Os registros bíblicos informam que Ciro teria recebido uma mensagem divina que o ordenava a enviar de volta à Judeia todos os Judeus cativos naquela cidade. De qualquer forma, foi o autor de famosa declaração que em 537 A.C. autorizava os judeus a regressar à Judeia, pondo fim ao período do Cativeiro Babilónico. Em todas as conquistas, destacou-se por uma generosidade incomum no seu tempo, ao poupar seus inimigos vencidos , ou até empregá-los em cargos administrativos de seu império. Ciro também demonstrou tolerância religiosa ao manter intactas as instituições locais (e até cultuar os deuses de regiões conquistadas, como quando entrou na Babilônia e consagrou-se rei no templo de Marduque). Ciro também procurou manter todos os povos do império sob a administração de líderes locais, de forma que, sob a soberania de um governo forte, muitos daqueles povos se viram em melhor situação sob os persas do que independentes.

A habilidade política de Ciro, seguida pelos seus sucessores imediatos, assegurou a força e a unidade de uma vasta região, que ia da Anatólia ao Afeganistão, e do Cáucaso à Arábia, composta por uma miríade de povos diferentes, algo que jamais havia sido conseguido na história da humanidade até então.

Bibliografia

[1] – Pontos e Contos – Chico Xavier e Humberto de Campos, FEB, 1958

[2] – Lázaro Redivivo – Chico Xavier e Humberto de Campos, FEB, 1945

[3] – Os Profetas – J.J.Moutinho, FEB, 2009

[4] – Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho – Humberto de Campos e Chico Xavier, FEB, 1938

[5] – Luz Acima – Humberto de Campos e Chico Xavier, FEB, 1948

[6] – Crônicas de Além-Túmulo – Humberto de Campos e Chico Xavier, FEB, 1937

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